Psicoterapeuta. - CRT 42.156

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Fernando Cesar Ferroni de Freitas

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Crack: demonizando o demônio

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Perguntou-lhe Jesus “ Qual é o teu nome?” Respondeu-lhe “Legião é o meu nome, porque somos muitos” Mc 5, 9
Volto ao problema da cracolândia. Ao que parece, a meta é levar os dependentes de crack a uma desintoxicação, e não a um tratamento. Desintoxicação médica é apenas o primeiro estágio do tratamento, e contribui pouco para mudança em longo prazo. A desintoxicação sozinha, raramente é suficiente para atingir abstinência. Pesquisas indicam que o tratamento não precisa ser voluntário para ser eficaz. O tratamento envolve equipe multidisciplinar.
Um dependente químico fica parado no tempo, dedicando-se apenas às drogas. Não estuda, não trabalha, não consegue estabelecer vínculos saudáveis. O uso de drogas, intermitente interrompe etapas importantes de aprendizagem. É preciso recuperá-las, e elas só podem ser trabalhadas após a desintoxicação.

Cuidar dessas áreas desativadas demanda esforço, apoio da família, e de profissionais especializados. Os grupos anônimos ajuda-o com a espiritualidade, um dos requisitos importantes do tratamento. A espiritualidade traz confiança e esperança para a nova vida. Os recursos cognitivos auxiliam na percepção da compulsão, e a lidar com a recaída. Muitas vezes ele para com as drogas e adquire outras compulsões, tais como, sexo, jogo, pornografia, sites de relacionamentos. A motivação desempenha um papel importante com relação ao projeto de vida. Reatar um antigo relacionamento, ser aceito pela família, ser exemplo para os filhos. Uma rede de proteção social, com atuações colaborativas, dá-lhe segurança, de não estar só. Um grupo, um conselheiro, um profissional devem estar incluídos nessa rede. Programas de tratamento que proporcionem avaliação para AIDS/ HIV, Hepatite B e C, Tuberculose e outras doenças infecciosas, e aconselhamento para ajudá-lo a modificar comportamento de risco, e de infecção. Em virtude de distúrbios mentais e dependência, frequentemente ocorrem na mesma pessoa, é importante que seja avaliada e tratada. O caminho da sobriedade demanda tempo e paciência, pois nesse percurso podem ocorrer as recaídas.
Acredito que o mais importante dessa trajetória seja a família. Ela sofre a maior perda. Escolas, igrejas, governo, grupos, profissionais, podem ajudar, mas ninguém pode substituir a família. O envolvimento da família no caminho da sobriedade mobiliza as forças das quais, ele precisa, para se recuperar. Muitas vezes ela não tem condições de acolhê-lo. Então, o governo, terá de responder a esse desafio. Políticas públicas, respeito e tratamento digno. O crack já é um demônio na vida das pessoas, e não precisa ser mais demonizado.
Beatriz Silva Ferreira

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Acompanhamento é essencial para abandono do tabagismo (09/01/2012)

  • "Este estudo demonstra que o uso de TRN não é mais eficaz em ajudar as pessoas a parar de fumar em longo prazo do que tentar parar por conta própria", disse o principal autor do estudo, Hillel Alpert, cientista de Harvard.
    Os participantes do estudo foram consultados durante três períodos: 2001-2002, 2003-2004 e 2005-2006.
    Não só houve taxas de recaída entre os mesmos que usaram TRN e aqueles que não usaram, como o estudo demonstrou que fumantes com alta dependência que fizeram uso da TRN sem o apoio de uma terapia profissional mostraram ser duas vezes mais propensos a sofrer recaída do que aqueles que não a utilizaram.
    "Isto pode indicar que alguns fumantes altamente dependentes veem a TRN como um tipo de pílula "mágica" e ao perceber que não é, se veem sem apoio em seus esforços de abandonar o vício, condenados ao fracasso", destacou o estudo, publicado no periódico Tobacco Control.
    Embora estudos aleatórios controlados anteriores tenham demonstrado a eficácia da TRN em ajudar os fumantes a largarem o cigarro, a última pesquisa demonstra a fraqueza daqueles quando comparados com a situação de vida real da população em geral, argumentaram os autores do estudo.
    A pesquisa também demonstrou que muito poucas pessoas seguem a recomendação de usar a TRN por oito semanas e muitas preferem usá-la por períodos mais curtos.
    A indústria da terapia de reposição de nicotina teve um boom desde que foi lançada a primeira goma de nicotina, em 1984, de acordo com o artigo. Na época, os produtos de TRN representavam uma indústria de US$ 45 milhões só nos Estados Unidos.
    Desde que foram aprovadas as vendas sem receita de produtos de TRN, em 1996, a indústria saltou para US$ 800 milhões ao ano. Além disso, as vendas de medicamentos prescritos para parar de fumar alcançaram o montante de US$ 841 milhões em 2007.
    Mais recursos públicos também ajudam a subsidiar tratamento para parar de fumar para americanos de baixa renda, com programas públicos de saúde (Medicaid) em 39 estados cobrindo um ou mais tipos de TRN em 2011 contra 17 estados em 1996.
    Enquanto isso, as taxas de tabagismo nos Estados Unidos se equilibraram em 20% da população nos últimos cinco anos, após um período contínuo de queda.
    "O que este estudo demonstra é a necessidade de a Food and Drug Administration (nr: FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) aprovar apenas medicamentos que tenham tido eficácia comprovada em auxiliar os fumantes no longo prazo e reduzir a nicotina a fim de diminuir a propensão à dependência causada pelo cigarro", afirmou o co-autor do estudo, Gregory Connolly, diretor do Centro para Controle Global do Tanaco, da Universidade de Harvard.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Renato Russo, dias antes de sua morte.

Renato foi  um dependente químico , alcoolista, e nunca teve vergonha de falar sobre essas questão que se julgam de forma preconceituosa, além de tudo morreu devido à evolução de seu HIV.


Cinco dias antes de sua morte:


"Quando eu tomo o coquetel (de AZT e outros) é como se tivesse comendo um cachorro vivo. E o cachorro me come por dentro." 
"Estou mal e eu não posso mais nem falar" - ao telefone com um amigo.

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.