Psicoterapeuta. - CRT 42.156

Psicoterapeuta. - CRT 42.156
Fernando Cesar Ferroni de Freitas

segunda-feira, 10 de julho de 2017

CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

Aspectos históricos

Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 A.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção do hábito de beber ao longo do tempo.

Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um remédio para todas as doenças, pois “dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alivio mais eficiente da dor”, surgindo então a palavra whisky (do gálico “usquebaugh”, que significa “água da vida”).

A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, consequentemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool.

 Aspectos gerais

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.

O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas.

Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

 Efeitos agudos

A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora.

Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.

Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas álcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool.

O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e um mal estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, tem uma maior probabilidade de sentir esses efeitos.

Álcool e Trânsito

A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Neste sentido, segundo a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em Janeiro de 1998) deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três copos de chopp), 200 ml de vinho (duas taças) ou 80 ml de destilados (duas doses).

Alcoolismo

Conforme já citado neste texto, a pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como “alcoolismo”. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes fatores. A dependência do álcool é uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10% da população adulta brasileira.

A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do “grande desejo” de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de absitinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.

A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo crônico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais, distúrbios de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa ou “delirium tremens” que, além da acentuação dos sinais e sintomas acima referidos, caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e espaço.


 Efeitos no resto do corpo

Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais frequentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração). Também são frequentes os casos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores.

 Durante a gravidez

O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer consequências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.

Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afetadas pela “Síndrome Fetal pelo Álcool”. Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso.

Pena: abandono e incerteza sobre a liberdade

Pessoas com transtornos mentais e em conflito com a lei vivem encarceradas por anos, em meio às incertezas sobre a própria condição. População do Manicômio Judiciário cresceu 86,8% em três anos.
Reclusos em celas de uma unidade penitenciária do estado e em pensamentos divagantes, 142 homens cumprem uma pena dura demais: o abandono e a incerteza da liberdade. O Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes (IPGSG), conhecido como 'Manicômio Judiciário', localizado em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), reúne detentos de variadas classes sociais, idades, origens e histórias. Todos têm algo em comum: um transtorno mental que levou à prática de um crime.

Carlos (nome fictício) percebe a presença de pessoas que não são os profissionais da saúde e os agentes penitenciários que está acostumado a ver. Aproxima-se da janela, olha e puxa assunto, como se estivesse falando com alguém no meio da rua. Responde sobre sua vida com naturalidade: morava no interior, trabalhava como pedreiro e tem o sonho de sair daquele local, residir em outro estado e construir uma igreja evangélica.

Mas ele não sabe quando vai deixar o presídio. Pede para um agente penitenciário e para uma psicóloga reverem a sua situação, pois, para ele, "não tem por que ficar". Ao ser indagado sobre o porquê de ter sido preso, carlos conta que brigou com a companheira e acabou lesionando a irmã dela.

Justifica que começou a tomar remédios para transtornos mentais porque a esposa disse que ele precisava, a família o obrigou e, agora, sabe que está dependente da medicação e não pode deixar de utilizá-la. Diz ainda que, dentre os familiares, somente o irmão foi visitá-lo, mas muda de assunto rápido. No lugar, prefere enaltecer a ajuda dos profissionais da unidade.

Entre idas e vindas do instituto psiquiátrico para a comarca do interior, carlos está se tratando, com acompanhamento da justiça, há cerca de quatro anos. O bom comportamento e as atividades psicoterapêuticas, não servem como argumentos jurídicos para reduzir o tempo de clausura. Ele precisa provar para um psiquiatra e para um juiz que está em condição clínica de conviver com a sociedade; precisa, também, ser recebido de volta pela família. As condições são verdadeiros entraves para que ele e muitos outros internos possam seguir a vida.

A saga de carlos, em meio às divagações, é a mesma dos outros 141 internos e das outras centenas de pacientes que passaram pelo local, em 49 anos de existência do equipamento da secretaria de justiça e cidadania (sejus). A população da unidade quase que dobrou nos últimos três anos, crescendo 86,8%, já que apenas 76 homens estavam internados no manicômio judiciário em 2014, de acordo com o censo penitenciário do ceará, publicado pela pasta naquele ano.

Situação

"cadê meu laudo?"; "vê como está meu laudo, doutora, por favor", se espalham como gritos de socorro pelos corredores do prédio. Entre os internos, 67 ainda estão aguardando receber um laudo médico sobre a sua condição mental para terem um posicionamento da justiça quanto ao tempo de permanência no cárcere. Resposta que pode durar meses ou anos para ser dada.

A defensora pública maria regina de pontes araújo, que trabalha dentro do manicômio judiciário, conta que os juízes costumam determinar medidas de segurança (análogas à execução de uma pena) de três anos ou por tempo indeterminado aos internos. "o código penal tem um artigo que diz que, a qualquer tempo, desde que cesse a periculosidade, ele (paciente) pode ser desinternado", acrescenta.

Ao todo, 37 internos que cumprem medidas de segurança, precisam provar evolução no quadro clínico, para antecipar a saída do manicômio judiciário. Mesmo quem é sentenciado a passar um tempo determinado pode precisar se tratar por mais tempo, caso seja necessário.

Diante desse cenário de incertezas, ainda surge outro empecilho: a falta de psiquiatras/peritos para acompanhar o quadro de tantos pacientes. São apenas três no instituto psiquiátrico, que também têm a responsabilidade de atender todo o sistema penitenciário do estado.

"aqui, no mínimo, deveriam ser oito psiquiatras. O laudo é um documento que não é fácil de fazer, o médico tem que acompanhar, conversar com o paciente, para, aos poucos, ir sentindo se ele é ou não portador de deficiência mental", argumenta a defensora pública maria regina.

No entanto, a situação mais preocupante, sem dúvidas, é de quem já cumpriu a sentença e não deveria estar no instituto psiquiátrico, mas a família não o aceitou e não existe vaga no serviço residencial terapêutico, vinculado ao sistema único de saúde (sus). Atualmente, cinco internos estão nessa condição, dentro do manicômio judiciário, sendo que um deles aguarda pela liberdade desde o ano de 2004 e outro, desde 2001.

"alguns chamamos de 'órfãos de pais vivos'. Para um preso sair, não é como nas casas de privação provisória de liberdade (cppls), que você pega o alvará, entrega ao preso e ele vai embora. Aqui, não. Quando ele sai daqui, sai com a família se responsabilizando por ele. A responsabilidade da pessoa é medicar, acompanhar, não deixar sair de noite, ver se está ingerindo álcool, cuidar de um doente mental. O doente mental não fica bom, ele sempre vai ficar com uma raiz. Se ele tiver um acompanhamento correto, não volta [para a unidade prisional]", diz maria regina.

Tratamento

Segundo a terapeuta ocupacional do instituto psiquiátrico, priscila freitas, a maioria dos crimes cometidos pelos internos com transtornos mentais é homicídio e tentativa de homicídio, muitas vezes dentro da própria família - contra o pai, a mãe, os filhos - e, em vários casos, provocado pelo uso de drogas.

"quando eles chegam aqui, estão bem comprometidos, até porque, muitas vezes, vêm após algum surto. Passam por toda uma equipe multidisciplinar, têm um acolhimento de enfermeiros e médicos, terapia ocupacional, educador físico, psicólogos. Eles tomam remédio, se for necessário, e esperam o laudo", detalha priscila.

Além da medicação, geralmente composta por antipsicóticos, os pacientes são incentivados a realizarem atividades para ocupar o tempo e capacitá-los, como pintura, confecção de artesanatos e futebol.

Quem consegue driblar todos os adversários do cárcere e é acolhido pela família precisa continuar tomando medicação controlada, sob o risco de ter algum surto e voltar a ser violento. De acordo com a psicóloga da sejus andrea autran, a reincidência de internos no manicômio judiciário "não é grande".

Segundo andrea autran, o preconceito dificulta a reinserção das pessoas com transtornos mentais à sociedade. "já se instalou a cultura, principalmente no interior, que a pessoa com transtorno mental tem que estar no manicômio. Temos uma cultura de segregação tanto para usuário de drogas, como para pessoa com transtorno mental. Às vezes, ela tem casa, mas gosta de ficar andando pela rua e, como cometeu um crime em um momento, o juiz vê e manda voltar para cá", explica.
Manutenção de manicômio judiciário é questionada

Entidades, profissionais da saúde e juristas do Brasil e do Mundo são contra a manutenção de manicômios judiciários, como é o caso do Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes (IPGSG), e defendem um tratamento mais humanizado e individualizado para portadores de transtornos mentais em conflito com a lei.

No Ceará, essa bandeira é levantada pelo Fórum Cearense de Luta Antimanicomial (FCLA), que visitou o Manicômio Judiciário, em novembro do ano passado, e constatou uma 'situação degradante', segundo a assistente social e membro do Fórum, Márcia Lustosa. A visita resultou na elaboração de um relatório, que aponta a precariedade da estrutura física do equipamento, a ausência de atividades de terapia ocupacional para os internos e a falta de efetivo especializado para atender a demanda, entre outros problemas.

"A estrutura do manicômio não propicia cuidado, tratamento, e viola os direitos humanos. Falta acompanhamento sistemático e individualizado. É um local de isolamento. Luto por uma sociedade sem manicômio", afirmou Márcia.

O FCLA se baseia na Lei nº 10.216, conhecida como 'Lei Antimanicomial', de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental". A assistente social cita o artigo 2º da legislação, que lista direitos da pessoa portadora de transtorno mental, entre eles "ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental", para justificar o que chama de 'desinstitucionalização' de equipamentos como o Manicômio.

Para Márcia Lustosa, os pacientes que estão no Manicômio Judiciário deveriam ser tratados na Rede de Atenção Psicossocial, do Sistema Único de Saúde (SUS), através de um tratamento individualizador, considerando o transtorno mental, o crime cometido e os vínculos familiares de cada paciente.

A assistente social conta que existe um projeto do FCLA, junto de órgãos como o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Defensoria Pública do Ceará, para realizar o diagnóstico de cada interno da unidade prisional, agilizar o laudo e apontar outro destino para a pessoa, como a Rede de Atenção Psicossocial, que trataria o paciente e o devolveria à família. "Esse diagnóstico vai nos dar a dimensão de quem realmente tem a possibilidade de restabelecer os vínculos familiares. Para quem não tem, existe, no Brasil, uma política pública de criação do Serviço de Residências Terapêuticas, para receber essas pessoas", propõe Márcia.

Melhorias

A defensora pública Maria Regina de Pontes Araújo discorda do fim do Manicômio Judiciário, mas afirma que a estrutura e as condições de tratamento ofertadas pelo Estado, aos internos, deveriam ser melhores.

"Nós não podemos acabar com os manicômios. A gente tem que dar é outra feição a eles. O poder público tem que olhar mais para isso aqui como um hospital de custódia, que precisa de cuidados, e não como um depósito de presos. Não pode chegar aqui, botar gente e ficar, deixar as pessoas aqui eternamente. Não é prisão perpétua. Não existe uma vontade política para isso", critica a defensora.

Já a psicóloga da Sejus, Andrea Autran, defendeu o trabalho realizado no Manicômio Judiciário e disse que a Pasta estuda maneiras de melhorar a assistência dos pacientes custodiados na unidade. "Nós só podemos fazer o que nos compete. E nos esbarramos com a falta de assistência que as pessoas com transtorno mental estão vivenciando, na lógica dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), dos leitos em hospitais gerais, da Rede de Saúde como um todo. Acredito que o Instituto Stênio Gomes faz mais do que a legislação determina e sem verba, porque ele funciona como hospital psiquiátrico, mas não recebe como tal", concluiu.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

REBITE UNIVERSITÁRIO

Enquanto as alterações que drogas como Stavigile, Venvanse e Ritalina causam não são claras, nas faculdades de medicina o fácil acesso cria uma cultura de uso indiscriminado


Livros abertos, caneta e papel a postos, um copo d’água e um comprimido. Esse é o ritual de Hélio*, 20 anos, em quase todas as vésperas de prova na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Na última, em um domingo em que já passava da meia-noite (a prova seria na manhã seguinte, às 8 horas), ele sentia a atenção redobrada graças ao Stavigile, um medicamento à base de modafinil, usado para tratar sonolência diurna. "Não senti nenhum poder especial, mas é realmente estimulante, como se tivesse tomado uma droguinha", conta. Adepto de um outro remédio controlado, a Ritalina, era a primeira vez que o estudante experimentava o modafinil, que encontrou entre as coisas do pai. "Achei bem melhor. Ritalina me tira a fome, dá taquicardia e não me parece muito constante."

Não é a primeira, nem a segunda, nem a última vez que Hélio ou qualquer outro estudante de medicina se sujeita à automedicação e ao uso indiscriminado de substâncias com nomes como modafinil e metilfenidato em busca de uma turbinada no cérebro – prática conhecida pelo termo técnico "neuroaprimoramento". Para quem quer vestir o jaleco branco, os estimulantes surgem como solução muito antes da graduação. Caetano*, 24, que hoje está no quarto ano de medicina na Unicamp, chegou a ingerir um comprimido por dia enquanto estava no cursinho. "Com Ritalina, conseguia estudar por muito mais tempo sem ter fadiga física ou mental. E se queria estudar à noite, tomava mais meio", lembra. Nessa época, Caetano acordava com o remédio, usado para tratar transtorno de déficit de atenção, e só pegava no sono depois de dois ou três comprimidos de Dramin

Há uma crença de que remédios como Stavigile, Venvanse, Provigil, Eranz, Concerta ou Ritalina – receitados para pessoas com déficit de atenção, hiperatividade, narcolepsia, entre outros diagnósticos – aumentem a produtividade e a atenção de quem precisa estudar ou trabalhar por horas a fio. Eles atuam no sistema nervoso central acelerando a liberação de hormônios como dopamina, noradrenalina e norepinefrina, que controlam, entre outros fatores, o humor, a ansiedade e o sono. O efeito não é nenhuma novidade. Anfetaminas são usadas com esse propósito há décadas, mas essas outras substâncias, muitas vezes chamadas de "drogas da inteligência", não são associadas diretamente ao "rebite" ou à "bolinha" de alguns anos atrás – embora Concerta e Ritalina, por exemplo, sejam compostos por metilfenidato, que é, exatamente, um tipo de anfetamina.

Venda sob prescrição médica. Atenção:

Pode causar dependência física ou psíquica.

Mulheres jovens são as que mais procuram os serviços de saúde mental

De acordo com o coordenador do Hospital , Anginaldo Ribeiro Mendes, que trabalha há 14 anos na área, a maior parte dos atendimentos em saúde mental envolve hoje pessoas que moram com suas famílias. São geralmente jovens do sexo feminino. Um dos principais desafios é ter o apoio dos parentes para ajudar o usuário durante o tratamento. Anginaldo Ribeiro detalha como os pacientes são atendidos atualmente, principalmente os casos mais graves. “Tem que passar pela anamnese para buscar saber se, além do surto, tem alguma doença. Se tiver só o surto, esse paciente vai para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial)”. Confira a seguir a entrevista.

Com ocorre esse atendimento especializado aos usuários que apresentam problemas mentais ou têm surtos psicóticos?

Anginaldo Mendes Ribeiro: Temos seis dispositivos de saúde mental, o CAPs III , que é para surtos psicóticos, o CAPs AD, que é álcool e drogas; o CAPs I, que é o infantil, e temos as residências terapêuticas. A residência terapêutica é onde os pacientes que perderam referência familiar e saúde mental residem. Não há mais aquela história de clínicas psiquiátricas, acabamos há muito tempo. Temos a residência terapêutica que faz parte dos dispositivos de saúde mental. É uma casa onde os pacientes têm todas as atividades, como banhar, lavar sua roupa e fazer sua comida. Os residentes podem sair e voltar a hora que quiserem, eles não estão amarrados e nem presos.

Como funciona a entrada para o CAPs?

Anginaldo Mendes Ribeiro: O paciente com surtos psicóticos não pode ir direto para o dispositivo (CAPs). Ele tem que passar por uma avaliação e ser analisado patologicamente para saber se, além do surto, tem alguma doença. Se tiver só o surto, esse paciente vai para o CAPS, dentro de um protocolo que varia de seis a doze horas. Eu costumo estender até 24 horas, às vezes, pela medicação que seda e faz o paciente dormir. Durante a sedação, ele fica em período de observação em que pode desenvolver algum sintoma, como arritmia cardíaca. Quando ele acorda, entramos em contato com o CAPs e o levamos até o dispositivo. Eu questiono o acolhimento desse paciente, na forma que ele chega , porque há um despreparo muito grande de equipe para acolher o paciente. Quando é um caso de algum indivíduo que quer pular da ponte, é chamada a Polícia e o SAMU. Ele é enlaçado e amarrado para evitar que pule da ponte. Lógico que ele poderia pular, mas as abordagens verbais e o diálogo talvez resolvessem a situação. O paciente, quando é amarrado, surta mais.

Podemos afirmar que a depressão pode ser uma das causas dos surtos psicóticos ou há alguns outros fatores externos?

Anginaldo Mendes Ribeiro: Há a depressão sim, mas também tem outros fatores que contribuem como as questões financeiras, problemas relacionados à moradia e à instabilidade.

Há reclamações de que muitas pessoas vão ao CAPs e não conseguem ser atendidas. Você acredita que isso dificulta o interesse da pessoa ir lá e buscar o tratamento?

Anginaldo Mendes Ribeiro: O certo a se fazer é ir na clínica médica ou ao hospital e o paciente em surto tomar sua medicação. Após essa etapa, pode entrar em contato com o CAPs. A demanda é muito grande, os profissionais do CAPs não dão conta realmente.

Qual o perfil dos pacientes que apresentam o surto? É formado em sua maioria por homens ou mulheres? Jovens ou adultos? São pessoas que estão em situação de rua ou moram com familiares?

Anginaldo Mendes Ribeiro: Hoje você quase não vê pacientes em situação de rua, os pacientes têm família e sempre são mais mulheres. Acho impressionante. A maioria são jovens. Entre as mulheres que eu atendi, somente duas eram casadas. Uma que diz que o marido a maltrata, mas é uma história que tem que ser investigada.

Os pacientes voltam com freqüência?

Anginaldo Mendes Ribeiro: A medicação é feita para ter um controle, mas a família não dá esse apoio e eles voltam novamente dando queixa de que não querem tomar remédio. Mas é necessário a família estudar um horário para a medicação, pois dá uma melhora ao paciente.

Sobre a casa terapêutica, são CAPS para pessoas que não têm família para ajudar e pessoas que não condições de viver em sociedade? Como funciona essa entrada?

Anginaldo Mendes Ribeiro: São vagas limitadas, é uma casa pequena, com três quartos e cada um com três beliches. Há uma proposta de que esse ano se alugue uma chácara para que dê mais espaço para eles se sentirem à vontade.


sábado, 1 de julho de 2017

Cracolândia: "Internação compulsória é ineficaz e contraproducente"

Ministério Público de São Paulo iniciou nesta quinta-feira (29) uma investigação para apurar a denúncia de um professor de 32 anos, dependente de álcool, que afirma ter sido internado em um hospital psiquiátrico contra sua vontade.

Vivendo em situação de rua, este homem (cuja identidade será preservada na reportagem) já passou por diversos albergues e centros de acolhida próximos da região conhecida como Cracolândia — local de venda e consumo de drogas, sobretudo o crack, no bairro da Luz, centro de São Paulo. Ele é professor em projetos culturais e esportivos desenvolvidos com usuários de crack e moradores locais.

Na noite de 30 de maio, após passar 18 dias internado no CAPS Prates (Centro de Atenção Psicossocial), ele encontrou fechado o Espaço Luz, albergue onde costumava ser acolhido. Situado em frente à Praça Princesa Isabel, o local foi fechado no mês passado para dar lugar a um novo CAPS. Sem ter onde dormir, ele procurou ajuda na tenda do projeto Redenção, a 400 m dali, na rua Helvétia.

“Eu cheguei na tenda do Redenção para pedir um lugar para dormir. Não me explicaram para onde eu estava indo. O médico fez uma avaliação de caneta. Ele perguntou qual era a droga que eu usava e eu falei que era a bebida. Eu pensava que ia tipo para o Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, na Luz), onde ia ser avaliado, ou que iam me mandar para um albergue. Quando fui ver me mandaram lá para o São João de Deus”, conta.
A Casa de Saúde São João de Deus é um hospital psiquiátrico localizado na Estrada Turística do Jaraguá, zona norte de São Paulo, a cerca de 20 km da Luz. Essa instituição e o centro Irmãs Hospitaleiras, na Represa de Guarapiranga, são os dois principais endereços escolhidos pela prefeitura de São Paulo para encaminhar os dependentes químicos que solicitam a internação. Desde 21 de maio, data da megaoperação policial que marcou o início do Redenção, já foram realizadas mais de 420 internações voluntárias, segundo a prefeitura.
Documento de internação voluntária foi assinado após exame realizado na LuzReprodução

Ao ter acesso aos documentos de entrada e saída do paciente na São João de Deus, foi constatado que ele deu entrada na madrugada do dia 31 de maio, quando assinou um termo de internação voluntária. A assinatura, portanto, não aconteceu na tenda do Redenção, na Luz, mas já dentro do hospital, no Jaraguá.

O paciente ressalta que, durante seu contato com os funcionários do Redenção, ainda na Cracolândia, ninguém lhe falou de internação nem ele pediu para ser internado. Ele admite ter assinado um documento, mas afirma não conhecer o teor. O professor diz ainda que só decidiu ficar no hospital assim que chegou por causa do horário e também por estar longe do centro da cidade.

“Eu topei [ficar lá] porque já era tarde, ia dar três horas da manhã. Aí pensei, “vou dormir”. Mas eu quis ir embora no outro dia. Tentei conversar com o pessoal, mas foi difícil. Não me liberaram”, diz.

O promotor Arthur Pinto Filho, da área de saúde pública do MP de São Paulo e um dos responsáveis pela investigação, afirma ser “muito grave” o fato de o paciente ter sido impedido de deixar o hospital, já que isso configura uma internação compulsória (contra a vontade) sem autorização judical, o que é obrigatório nessa situação.

— A nossa preocupação é que essa situação tenha se passado com outras pessoas, porque ele fala que foi levado sem saber exatamente aonde ia, e lá ficou sem contato com psicólogo, ficou praticamente isolado, querendo sair sem poder. Isso é o que a gente precisa verificar.
Questionada a SMS (Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo) afirma que o paciente passou por avaliação médica na tenda do Redenção e que só depois foi encaminhado para internação voluntária (leia nota completa ao final). Procurada, a Casa de Saúde São João de Deus não quis se manifestar.

Segundo documento da Casa de Saúde São João de Deus, o paciente passou pelos tratamentos CID 10 F32.1, código usado para "episódio depressivo moderado". Ele tomava três tipos de medicação, repetidos em três horários diferentes: um calmante, um ansiolítico e um para dormirR7

Impedido de sair

Embora tenha solicitado liberação no dia seguinte à internação, o professor só recebeu alta quatro dias depois. Ele afirma que não foi autorizado a comunicar familiares e amigos sobre a internação. Ele só conseguiu deixar o local após conseguir usar um celular emprestado e um computador com acesso à internet. Isso aconteceu somente no terceiro dos cinco dias de internação, relata.

Como enfrenta problemas com álcool, o professor já passa por atendimento médico nos serviços de saúde da prefeitura e do Estado. Ele formou vínculo com psicólogas, enfermeiras, assistentes sociais e conselheiras que atuam em AMAs (Assistência Médica Ambulatorial), CAPS e nas tendas dos projetos Recomeço e De Braços Abertos.

Pelo telefone, ele avisou uma assistente social que o atende. Pelo Facebook, mandou mensagem para uma amiga, que por sua vez comunicou a psicóloga que o acompanha. Foi a partir dessa rede de contatos que ele conseguiu a liberação. Levaria ainda dois dias até sua vontade ser atendida e deixar a casa psiquiátrica.

— Eles não me deram passagem, não me deram nada. Me soltaram e uma auxiliar de enfermagem me deu 4 reais para ir embora. Peguei o trem e desci na Luz.

Segundo o promotor, ele não poderia ter sido impedido de sair do hospital, principalmente por ter assinado o termo de internação voluntária.

— Numa internação voluntária, ele pode se arrepender e ir embora. Ele tem direito de ir embora. Ali não é um hospital psiquiátrico fechado. Uma internação voluntária depende da vontade da pessoa. A pessoa não está presa.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o paciente solicitou alta somente no quinto dia, sendo “prontamente atendido”.

Estrutura de manicômio

O Comuda (Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas e Álcool), órgão que reúne membros do Executivo, Legislativo e organizações da sociedade civil, também está acompanhando o caso.

"Acompanhei o depoimento dele para a promotoria, e o que ele informa é que ficou lá todos os dias sem nenhum tipo de atividade terapêutica para fazer. Ele ficava no pátio, almoçava, jantava, e depois era chamado pra enfermaria para tomar os medicamentos", diz Nathália Oliveira, presidente do conselho. 

O professor relata que tomava três medicações diferentes por dia, em três horários diferentes. Um deles o deixava em estado "dopado".

— Tomava nove remédios por dia, de manhã, tarde e à noite. Um pra ansiedade, um calmante e um pra dormir. Um eles falavam que era pra ansiedade, então não me afetava em nada. Mas esse que era um relaxante muscular, um laranja, eles me davam dose de 100 ml. Eu ficava dopado. Você fica sem força.
Entrada da Casa de Saúde São João de DeusReprodução/Google

O Comuda vai iniciar agora uma busca por outras pessoas que passaram por internação desde o início do programa Redenção para fazer "escutas individuais".

— Queremos saber se o caso foi exceção ou se isso é uma repetição do tipo de política que está sendo aplicada em nossa cidade.

O objetivo, diz, é ajustar a política e informar tanto o poder Executivo quanto o Judiciário. “Que tipo de política pública e que tipo de processo terapêutico e de tratamento a cidade de São Paulo está oferecendo para as pessoas?”, questiona Nathália.

Para o promotor, a situação relatada pelo paciente se assemelha a um “manicômio”.

— Ele traz pra gente uma situação em que a casa em que ele esteve é um manicômio, o que é proibido pela legislação. Ele fala que não tinha enfermeiro suficiente, eram 2 para 60 pessoas, disse que nunca falou com um médico, que tomava remédio sem muito controle. O retrato mostra que ali é um manicômio, o que é proibido.

A Secretaria Municipal de Saúde diz “estranhar a versão apresentada à reportagem”, mas que está à disposição do Ministério Público para esclarecer os fatos.

Leia o posicionamento da prefeitura:

“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo informa que o paciente XXX procurou o Caps Redenção em 31 de maio, relatando uso abusivo de álcool e outras drogas. Após avaliação médica, foi encaminhado para internação voluntária na Casa de Saúde São João de Deus, conforme documentos apresentados pela unidade com a devida assinatura concedente do paciente.
Ministério Público investiga denúncia de internação forçada na Cracolândia.

Após cinco dias de internação, o paciente solicitou alta, sendo prontamente atendido, conforme preconizado pela Política Nacional de Saúde Mental, ainda que não tenha concluído o tratamento, para casos em que a internação é voluntária.

Apesar de estranhar a versão apresentada à reportagem, a SMS está à disposição do Ministério Público para colaborar com a devida apuração dos fatos”.
OBS:

A questão da internação do paciente acometido de transtorno mental é regida pela Lei 10.216/2001, que representou um março no processo de valorização da vontade do paciente, mesmo tendo reconhecido que, momentaneamente, a expressão da vontade pode não ser possível. Prevê o parágrafo único do artigo 6º da mencionada Lei que há três tipos de internação psiquiátrica: 1)-voluntária, solicitada pelo paciente; 2)- involuntária, pedida por terceiro; e 3)-compulsória, “aquela determinada pela Justiça”. Obviamente, a necessidade de internação, em qualquer modalidade, será sempre avaliada por médico.

A lei citada acima afirma que a internação involuntária pode ser pedida por “terceiro”. Penso que as pessoas habilitadas a formularem o requerimento são, por analogia, as mesmas previstas no Art. 1.768 do CC, a saber: pais ou tutores, cônjuge (ou companheiro), ou por qualquer parente.

Sem adentrar na questão de haver ou não um problema epidêmico relativo ao uso do crack, o certo é que para que haja a internação involuntária, basta que um familiar formule o requerimento na unidade hospitalar e que o médico a autorize (Art. da Lei 10.216/2001).

Uso indiscriminado de calmantes e remédios para emagrecer pode afetar a saúde física e mental

O Brasil é o maior consumidor de anfetaminas do mundo.
O consumo de drogas é considerado um problema de Saúde Pública. No caso específico das mulheres, um dos agravantes é o uso abusivo e indiscriminado de calmantes e remédios para emagrecimento, que podem comprometer a saúde física e mental. Mundialmente, o consumo de substâncias psicoativas – SPA – ainda é maior entre os homens. Entretanto, a diminuição da proporção entre homens e mulheres para as drogas de modo geral e a predominância do uso de medicamentos, mais especificamente benzodiazepínicos (calmantes), e anfetaminas (estimulantes) e anorexígenos por mulheres, vêm sendo registradas em muitos países.

Padrões estéticos rígidos, falsas promessas de emagrecimentos rápidos e mágicos, culto excessivo ao corpo magro estão entre os principais responsáveis pelo seu uso exagerado e, muitas vezes, sem acompanhamento médico adequado.

O uso de anfetaminas, além de poder gerar dependência, tremores, suores intensos, taquicardia, pode causar ou desencadear transtornos ou sintomas psiquiátricos como depressão, irritabilidade, agitação psicomotora e psicose (alucinações e delírios). Há até risco de morte.

No Brasil, o álcool e o tabaco são apontados como os problemas de saúde pública proeminentes, com maior percentual de uso entre pessoas do sexo masculino. O uso de maconha e solvente também prevalece entre os homens.

O uso de benzodiazepínicos e anfetamínicos mostrou-se, porém, três vezes maior entre as mulheres. Algumas das fórmulas de regime contêm a associação de doses excessivas de antidepressivos, tranquilizantes e anfetaminas. Emagrecimento, sem um suporte psicológico adequado, não significa melhora da qualidade de vida e da autoestima.

Preconceito e discriminação são apontados como as principais barreiras para que pacientes procurem ajuda médica especializada em saúde mental.

Consequências do uso de drogas para emagrecer

Geralmente, depois da interrupção do tratamento com esse tipo de composição de fórmulas para emagrecimento, que muitas vezes são prescritas como sendo naturais, é preciso cuidado redobrado.

Quem consumiu remédios para emagrecer costuma engordar mais do que antes e apresenta mais dificuldade para perder peso, já que, depois de uso continuado da anfetamina, o metabolismo fica lento e a capacidade de queimar gordura diminui. Inibidores de apetite em conjunto com medidas de reeducação alimentar e atividades físicas podem ter papel importante no tratamento da obesidade, mas seu uso não pode ser vulgarizado.
Quem quer emagrecer precisa de acompanhamento médico sério, com enfoque multiprofissional.

A melhor solução para um emagrecimento saudável e definitivo requer a adoção de alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos regulares. Além da mudança de hábitos e, claro, muita persistência.

Você é mais que seu corpo!

O corpo não é apenas um suporte, é a raiz identificadora, nossa comunicação com o mundo. Faz parte da individuação plena. A vaidade não só é necessária como também é um importante recurso de autoestima, desde que não ultrapasse o limite saudável do psiquismo.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento, portanto consulte um médico.