Psicoterapeuta. - CRT 42.156

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Fernando Cesar Ferroni de Freitas

sábado, 23 de dezembro de 2017

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, empossou hoje (19) novos integrantes do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), responsável por acompanhar e atualizar a Política Nacional sobre Drogas, além de avaliar a gestão dos recursos do Fundo Nacional Antidrogas e o desempenho dos programas relacionados ao uso de entorpecentes. Durante a solenidade, o ministro ressaltou que a política deve seguir com foco na capacitação e pesquisa. Ele sugeriu ainda que a gerência do Conselho passe do Ministério da Justiça para os Ministérios da Saúde ou do Desenvolvimento Social. Observou que, se o objetivo principal do conselho é a reinserção social dos dependentes químicos, então sua atuação está mais relacionada à área de saúde e social do que policial. “Eu vejo segurança pública como uma consequência de uma política nacional de drogas. Uma segurança pública que seja instrumento de efetivação e materialização de mecanismos de diminuição de consumo e recuperação do dependente. Segurança pública é ataque ao centro de produção, à distribuição [de drogas], não é tratamento no sentido lato da questão de drogas”, explicou Torquato. O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, um dos conselheiros com direito a voto no Conad, também defendeu mudanças na atual política de combate às drogas. Para ele, o momento atual é de reavaliação das ações feitas nos últimos anos.


Epidemia


“O que foi feito até agora não teve resultado, só agravou o problema das drogas no Brasil. O número de pessoas doentes, a violência, tudo o que está acontecendo no Brasil hoje tem de alguma maneira relação direta ou indireta com a epidemia das drogas”, declarou Terra.Ressaltou que é preciso revisar a metodologia na forma de capacitação e atendimento às pessoas com dependência química, reavaliar o impacto da rede montada para colocar em prática a política de drogas e rediscutir algumas diretrizes da política que permitam a ressocialização dos dependentes, além de basear melhor a política em evidências científicas e em resultados Durante a primeira reunião do Conad com os novos conselheiros, o ministro criticou a eficácia dos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas. “Temos que nos preocupar com a eficácia das políticas das drogas. O resultado é pífio. (…) O que se gasta com os Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas, estruturas caríssimas, e o resultado é zero”, declarou.O ministro já se manifestou publicamente de forma contrária à descriminalização das drogas e à internação compulsória de dependentes químicos. A partir da  reunião de hoje, os conselheiros retomaram as atividades do Conad e discutiram a formação de grupos de trabalho que deverão tratar de diferentes temas, como a autorização do uso de substâncias psicotrópicas para fins culturais e religiosos e a atuação das comunidades terapêuticas, entre outros.O Conad é composto por pesquisadores acadêmicos, representantes de vários ministérios e diferentes conselhos, como o de medicina, enfermagem e psicologia, além de integrantes do Ministério Público e organizações da sociedade civil, como a União Nacional dos Estudantes (UNE).

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Reunião da comunidade com a Secretaria da Saúde


Reunião da comunidade com a Secretaria da Saúde sobre a implantação do CAPS não foi bem recebida

Na noite de quinta-feira (23/11), o Conselho Local de Saúde do Glória recebeu a comunidade e uma equipe da Secretaria da Saúde para realizar a apresentação do projeto da nova UBS e CAPS-AD. A reunião foi realizada no Centro XV ao lado das futuras instalações da nova UBS, na rua Brigada Lopes.
Sergio Duprat, presidente do Conselho de Saúde fez a abertura da reunião e agradeceu a presença da comunidade manifestando a importância de que esse acompanhamento social fosse realizado com mais frequência e naturalidade. Duprat falou também do absenteísmo, lembrou da campanha do Novembro Azul e informou os dias de encontro do grupo de convivência.
Apresentação
Quem também participou da reunião foi o coordenador do Centro XV, Leandro Schmitz, que fez um relato sobre o renascimento da instituição e convidou a comunidade a usufruir do espaço e dos diversos cursos (gratuitos). Após a apresentação do Centro XV, a Gerente de Recursos Especiais da Secretaria da Saúde, Cinthia Friedrich, iniciou a apresentação sobre os serviços CAPS. Falou da rotina e da seleção que prescreve CAPS I (adolescente e jovens com transtornos mentais e uso de álcool e drogas), CAPS II (transtornos mentais com atvidades e terapia diurno), CAPS III (transtornos mentais com atendimento 24 horas) e CAPS AD (transtornos mentais e uso de álcool e drogas adulto com atendimento 24 horas e acolhimento).




A coordenadora do Programa de Saúde Mental de Saúde, Shirley Vicente, relatou que o projeto CAPS foi baseado num conceito Italiano e teve por meta acabar com os manicômios, a forma de tratamento e o estigma social. O projeto tem mais de 20 anos e Joinville foi pioneira e é referência nacional na área. Já Camila Silva, coordenadora do CAPS-AD, apresentou as atividades praticadas na unidade localizada hoje na rua Dr. Plácido Olímpio de Oliveira (em frente a maternidade Darcy Vargas). A última apresentação ficou por conta da Gerente de Obras da SMS, Tereza Cristina Couto. Ela apresentou o projeto das plantas arquitetônicas, com a integração entre a UBS e o Centro XV. A área total a ser construída é de 1.055,86 m², sendo 389,75m² para a área de acolhimento e 604,87m² para o CAPS AD III. O investimento da obra será de R$ 2.946.140,70 e a empresa vencedora da licitação foi a CRC Engenharia de Joinville.
Insatisfação


Ao término das apresentações, a comunidade iniciou os questionamentos. Percebeu-se claramente que os presentes já não questionavam mais as ações técnicas, que sem dúvida estavam muito bem explanadas, mas sim uma clara preocupação, com relação ao impacto do entorno e no receio de comprometimento da segurança do bairro. Além disso, havia uma manifestação de indignação pelo fato da Prefeitura não ter partilhado nada do planejamento com a comunidade. “Fomos traídos e agora nos empurram o CAPS goela abaixo”, disse um morador.




Como os questionamentos começaram a ultrapassar a área de atuação da equipe, o presidente sugeriu que não seria mais necessário que a equipe da Secretaria da Saúde ficar tentando responder por outros setores da administração. ”Não estamos mais falando de saúde. Estamos falando de segurança pública e interatividade de gestão e será mais proveitoso que todos os questionamentos sejam registrados e encaminhados formalmente à Secretaria de Saúde”, solicitou Duprat.
Antonio Debortolli, ex-presidente do Conselho Local de Saúde, lembrou que a não participação da comunidade nos assuntos da coletividade abriram caminho para que decisões fossem tomadas sem a nossa participação. O morador Reginaldo de Souza, sugeriu que fosse registrada a manifestação pelo voto dos presentes, se aprovavam ou não a implantação do CAPs junto a UBS. Dos 92 presentes no momento (algumas pessoas já haviam se retirado em virtude do horário), apenas três pessoas manifestaram-se a favor. Moradores listaram uma série de terrenos e prédios públicos que poderiam ser utilizados para a implantação de um CAPS-AD, com uma infraestrutura muito mais adequada.
Conclusão
O Click Glória também questionou a Secretaria da Saúde. Quem foi o tomador de decisão para a instalação do CAPS-AD Quando isso foi resolvido? Quem da comunidade foi consultado? Quais foram os critérios? Onde estão os dados e estudos indicativos? Infelizmente e mais uma vez, os responsáveis pela tomada de decisão não estavam presentes na reunião para responder aos diversos questionamentos da comunidade.
A reunião teve uma conclusão clara. O projeto CAPs-AD no Glória foi feito sem a consulta da comunidade, que se sentiu totalmente excluída e enganada pela tomada da decisão unilateral da Prefeitura de Joinville. As reuniões do Conselho de Saúde e da Associação de Moradores do Glória sempre foram em busca da melhoria da infraestrutura da Unidade Básica de Saúde do bairro. Há anos as entidades locais estavam lutando para que isso fosse possível. Com a retomada do terreno ao lado da atual UBS, a população viu uma luz no fim do túnel, mas, claramente o público “idosos”, foi relegado mais uma vez pelo poder público.
Comissão formada e manifestação
Ao final do encontro, foi formado um grupo de trabalho que fizesse os encaminhamentos de forma a transmitir à prefeitura o que está sendo debatido na comunidade. Os membros são: Ailson Leopoldo Simon, Claudio Roberto Paul, Eduardo Mancinelli, Fernanda Rathunde, José Giroto, Luana Piske, Marcelo Ross, Reginaldo Kock, Renato Selonke, Rolf Rathunde, Rose Mary, Vilson Huch, Zayne Farad Carminati e Sergio Duprat.

A comissão já tem a sua primeira reunião prevista. Será nessa terça-feira (28) no Centro XV, com o objetivo de deliberar sobre a reunião da quinta-feira com a Secretaria da Saúde. Outras ações serão discutidas. Haverá uma manifestação da comunidade que será realizada no próximo domingo (2) em frente ao prédio da nova UBS na rua Brigada Lopes. O horário será definido na reunião.
O que os moradores pensam


Dulce Helena de Oliveira – Psicóloga e Presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Glória (AMAG) e moradora há 20 anos
“Infelizmente a Associação que representa os Moradores do Glória não foi chamada (AMAG) e nem convidada para participar de qualquer reunião sobre a instalação do CAPs-AD no bairro. Nos últimos dois anos, participamos de várias etapas do processo da retomada do prédio, o qual a nova UBS será instalada. Tudo isso em conjunto com o Conselho Local de Saúde. Se tivéssemos sido consultados antes, certamente a comunidade teria feito a sua escolha e não teríamos esse embate. Agora a Prefeitura terá que reverter essa situação pois a população está claramente indignada com essa tomada de decisão unilateral e o pior, vieram com tudo pronto para a reunião. Esse é um exemplo de como não se deve fazer uma política pública, ainda mais na área da saúde”, afirmou Helena.

Reginaldo Afonso de Souza Koch, aposentado e morador do Glória há 66 anos

Ficou bastante contente com a apresentação sobre a nova Unidade Básica de Saúde. “A nova UBS será uma boa. Agora, honestamente, sempre vi no Glória uma pobreza, nunca tivemos ajuda em nada e querem colocar o CAPS aqui, sem consultar a população. Já trouxeram o projeto pronto só para o povo engolir. Não é assim que se faz. Somos um país democrático, temos que ser consultados. Apenas 3 pessoas foram a favor e o restante tudo contra”, enfatizou Souza.

Rolf Rathunde, aposentado e residente no Glória há 50 anos.
Ele achava que na reunião as pessoas poderiam opinar sobre a instalação do CAPS. “Viemos em peso na reunião, mas a prefeitura veio com o projeto pronto para empurrar goela abaixo, o dinheiro está aqui, vamos ter que gastar, vai ser feito e acabou-se. O bairro Glória tem muitas pessoas de idade e não tem nada para eles. Com certeza essa não é a nossa necessidade”, disse Rathunde indignado.

Fernanda Rathunde, técnica em eletrônica é residente no Glória há 31 anos,
“Não acho o CAPS uma ideia ruim, mas a forma como tudo foi apresentado. Mesmo não dominando o assunto, não gostei da proposta, pois veio um projeto já montado: data de construção, verba, licitação, quem vai construir. Nada foi discutido com a comunidade. Há muitas outras necessidades para o bairro”.


Eduardo Mancinelli – Engenheiro e morador do Glória há 25 anos.

“Para ele, a apresentação do trabalho foi muito boa, no entanto isso traz um impacto para a comunidade. “A prefeitura não tratou absolutamente nada disso, inclusive vieram despreparados achando talvez, que esse e outro assunto que faz parte, passasse batido, mas todo mundo na verdade tem grande preocupação com isso”, afirmou.

*Até o fechamento dessa publicação, recebemos mais de 40 mensagens dos leitores manifestando-se sobre o assunto. Elas foram reenviadas para o Conselho de Saúde do Glória para serem anexadas ao documento que será enviado à Secretaria da Saúde e Prefeitura de Joinville.