Psicoterapeuta. - CRT 42.156

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Fernando Cesar Ferroni de Freitas

sábado, 3 de janeiro de 2015

Saúde: Psiquiatra alerta para perigos das bebidas alcoólicas nas festas.

Internações psiquiátricas por excesso de álcool
Época de emoções e também de excessos, principalmente de álcool, as festas de final de ano acendem um alerta vermelho que deve ser levado em conta pelos cidadãos, recomendou o presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Outras Drogas (Abrad), psiquiatra Jorge Jaber Filho.
Em entrevista ontem (26) à Agência Brasil, Jaber informou que, do ponto de vista fisiológico, o ser humano tem necessidade de algumas substâncias químicas no cérebro, que são os neurotransmissores, que se assemelham às moléculas das drogas, como o álcool, o tabaco, a cocaína, a maconha.

"Há uma tendência na vida das pessoas, que se radicaliza nesse momento de datas festivas, de haver falta dessa substância no cérebro. Aí, a pessoa toma alguma substância, como o álcool, que é um estimulante em pequenas doses, mas que, se tomado em excesso, acaba produzindo o efeito inverso. Em vez de um estímulo ao sistema nervoso central, ela passa a ter uma inibição desse sistema, fazendo com que aumente ainda mais a depressão, decorrente muitas vezes da lembrança de pessoas queridas que não estão mais presentes", disse o psiquiatra.

Conforme Jaber há uma inversão de valores nas festas de fim de ano, com crescimento do aspecto mais materialista da data, e não dos valores espirituais. "Assim, as pessoas acabam abusando dessas substâncias, que adicionam no organismo, como adicionam comidas". Ele explicou que, a partir daí, há um abuso que pode ser o fator determinante de doenças como alcoolismo e dependência química.
O psiquiatra salientou que, nessa época, costuma aumentar o número de internações tanto em hospitais de pronto-socorro como em clínicas psiquiátricas. "A situação da saúde pública ainda não conseguiu resolver a questão de leitos hospitalares e, em relação à saúde mental, vigora a política da redução do dano. Ou seja, a pessoa pode usar [álcool, no caso], desde que não cometa atos que piorem a sua vida". Segundo ele, o Brasil está experimentando esse tipo de política, mas, aparentemente, não tem tido o sucesso esperado. Isso é constatado pela existência de cracolândias, áreas onde se reúnem centenas de pessoas drogadas, principalmente nas grandes metrópoles.
Jaber lembrou que quase todas as pessoas que usam álcool começaram usando tabaco e passam para a maconha. "Quase todos os que usam maconha começaram com tabaco ou álcool. Essas três drogas são fundamentais para levar ao uso da cocaína."
De acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas da Universidade Federal de São Paulo, a proporção de bebedores frequentes (que bebem uma vez por semana ou mais) subiu 20% no país entre 2006 e 2012, passando de 45% para 54%. A expansão entre as mulheres (34,5%) foi maior do que entre os homens (14,2%), no período pesquisado.
Em termos de concentração do consumo de álcool, o levantamento mostra que 20% dos adultos brasileiros que mais bebem ingerem 56% de todo o álcool consumido. A pesquisa revela ainda que quase dois de cada dez bebedores apresentaram critérios para abuso ou dependência de álcool e que 32% dos adultos que bebem relataram não terem sido capazes de parar depois que começaram a beber.
O levantamento constatou também a relação entre abuso de álcool e depressão. Dos 5% de brasileiros que tentaram tirar a própria vida entre 2006 e 2012, em mais de dois de cada dez casos, o que equivale a 24%, a tentativa estava relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas.
Para o presidente da Abrad, a tendência é aumentar o uso de álcool no Brasil. "O que nós temos visto é um aumento do custo na saúde pública da liberação do álcool para menores de 18 anos. E isso leva a um abuso cada vez mais cedo nos jovens, gerando alterações físicas e mentais muito importantes". Jaber criticou a falta de fiscalização na venda de bebidas para crianças e adolescentes, principalmente em postos de gasolina, onde os jovens compram suco ou refrigerante e tomam misturado a álcool. "Todos veem isso acontecer e não há um efetivo combate a essa prática."
O psiquiatra ressaltou que não há distinção de classe social ou de nível socioeconômico entre os bebedores de álcool no país. "Os mais abastados costumam misturar vodca com bebidas energéticas ou cafeínicos, enquanto os menos abastados procuram tomar cerveja com cachaça ou fazer essas misturas chamadas batidas, que misturam cachaça com refrescos ou refrigerantes". Ele destacou ainda que, nas comunidades carentes, a situação econômica favorece a venda de substâncias ilícitas, como o álcool, entre menores de idade.

Droga alucinógena começa a ser usada para tratar depressão

Pacientes não seriam capazes de avaliar o risco de tomar remédio


Nova York, EUA. Ou se trata do mais empolgante novo tratamento para depressão em anos, ou a cetamina (também pode-se chamá-la de ketamina), uma droga alucinógena, está sendo erroneamente receitada para pacientes desesperados em um número crescente de clínicas nos Estados Unidos.
Embora seja utilizada como anestésico há décadas, pequenos estudos em centros médicos de prestígio, como Yale, Mount Sinai e o Instituto Nacional de Saúde Mental, sugerem que ela pode aliviar a depressão de muitas pessoas para as quais os antidepressivos de uso convencional, como Prozac ou Lexapro, não têm efeito.
Contudo, psiquiatras dizem que a droga não foi estudada o suficiente para ser empregada fora dos estudos clínicos e que estão alarmados pelo fato de as clínicas estarem começando a oferecer tratamentos com cetamina, cobrando de US$ 300 a mais de US$ 1 mil por sessões que devem ser repetidas muitas vezes.

“Não sabemos quais são os efeitos colaterais em longo prazo”, afirma Anthony J. Rothschild, médico e professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts.

Porém, como a cetamina foi aprovada há muito tempo para a anestesia, médicos têm permissão para utilizá-la de forma não reconhecida pela bula para tratar a depressão. Críticos afirmam que pacientes muito deprimidos podem estar desesperados demais para ponderar adequadamente acerca dos riscos da terapia experimental.

“Nós estamos falando de uma população particularmente vulnerável”, afirmou Dominic A. Sisti, professor assistente de ética médica da Universidade da Pensilvânia, um dos autores de análise manifestando preocupação com as clínicas.

Ele e outros críticos dizem que algumas clínicas são administradas por anestesistas familiarizados com a cetamina, mas que não fornecem tratamento psiquiátrico como um todo. Outras são administradas por psiquiatras que podem não ter experiência na aplicação do medicamento.

Alguns pacientes se dizem prontos para correr o risco. “Eu vejo o custo de não usar cetamina – para mim era a morte certa”, afirmou Dennis Hartman, 48, empresário de Seattle.

Ele disse que após uma vida de depressão severa, já escolhera a data de suicídio quando decidiu participar de estudo clínico com a cetamina nos Institutos Nacionais de Saúde dois anos atrás. A depressão sumiu e desde então ele tem ido a uma clínica em Nova York a cada dois meses para nova dose. Ele fundou um centro para divulgar o tratamento.

Defensores dizem que a dose usada para depressão é menor do que a utilizada para anestesia ou por viciados e pode ser administrada com segurança.