Psicoterapeuta. - CRT 42.156

Psicoterapeuta. - CRT 42.156
Fernando Cesar Ferroni de Freitas

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Toda atividade "ludica" é indicativo de  saúde.
"Saúde é o pleno bem estar fisico e mental"
Fernando Cesar.
"A saúde é a vida no silêncio dos órgãos". Esta frase indica como a doença é, em última instância, o que faz o corpo falar. É a experiência da doença que rompe uma certa imanência silenciosa entre o sujeito e o seu próprio corpo; é ela que transforma o corpo em um "problema" que determina exigências de saber e configura necessidades de cuidado e intervenção. Desde há muito, ouvimos que "o homem que pensa é um animal doente". A frase se presta a, pelo menos, duas interpretações: não apenas que o pensar é uma doença que marca o ponto de exílio em relação a uma naturalidade perdida, mas, principalmente, que a doença é o que provoca o pensar. Pois, se é verdade que toda ciência procede do espanto, então não haveria como esquecer desta afirmação maior :
"o espanto verdadeiramente vital é a angústia suscitada pela doença"
Promoção cultural e pedagógica em espaços culturais
#MaisCulturaNasEscolas
 Inscrições até dia 10 de agosto.

Acesse:
http://ow.ly/i/2KOOn/original
Teia São Paulo 2013
30 de julho de 2013

Vem aí a Teia Paulista, o maior encontro de Pontos de Cultura do país, que será realizado de 8 a 11 de agosto, no centro da cidade de São Paulo. A Teia irá celebrar a cultura do estado com inúmeras atrações, tais como oficinas culturais e arte digital, cortejo de abertura, exposição de artes, feira de economia solidária e o III Fórum Paulista dos Pontos de Cultura.
Está sendo aguardado um público de cerca de 30 mil pessoas, formado por integrantes das redes dos Pontos de Cultura do estado de São Paulo, por visitantes de outros estados, por produtores e difusores culturais contemplados nas ações e prêmios do Programa Cultura Viva e a população interessada em prestigiar o evento e trocar experiências.
A Teia SP 2013 é um grande encontro que irá reunir a diversidade cultural do estado, com a participação de cerca de 700 Pontos de Cultura conveniados com as redes do Ministério da Cultura (MinC), dos estados e dos municípios. É um evento organizado pela Comissão Paulista de Pontos de Cultura em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, MinC e Prefeitura Municipal de São Paulo.
As Teias Regionais acontecem desde os primeiros anos do Programa Cultura Viva e têm o objetivo de proporcionar a troca de saberes e fazeres entre os integrantes dos Pontos de Cultura, além de fortalecerem os marcos legais do programa, as políticas públicas para o setor e a articulação institucional entre os pontos, a sociedade e o governo. O evento deve contar com a presença da ministra Marta Suplicy e da secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.

Serviço:

Evento: Teia São Paulo 213
Data: 8 a 11 de agosto
Local: Praça das Artes, Galeria Olindo, Vale do Anhangabaú, SP/Capital
Mais informações no blog da Teia SP

PrevFumo – Tratamento do Tabagismo

Descrição: O Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo – PrevFumo oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. Os atendimentos são realizados em grupo ou individualmente por uma equipe multiprofissional, formada por médicos, fisioterapeutas e psicólogos.

Quem pode participar: O atendimento é aberto para o público em geral. O Núcleo atende, em média, quatro mil pacientes por ano.

Periodicidade (datas e frequência): As sessões, de 75 minutos, acontecem uma vez por semana, durante um mês. Posteriormente, a cada duas semanas, por dois meses; e uma vez por mês, até completar um ano.

Maiores informações contate-nos.
Fernando Cesar.

....Olhar Psicanalítico, com números em % alarmantes...que monstra que as drogas licitas são oferecem maior risco devido a facilidade de compra e uso e o conceito cultural do nosso pais em relação a bebida alcoólica.

DEPENDÊNCIA QUÍMICA: PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Olhar Psicanalítico, com números em % alarmantes...que monstra que as drogas licitas oferecem maior risco devido a facilidade de compra e uso e o conceito cultural do nosso pais em relação a bebida alcoólica.

A história da dependência química acontece desde o início da humanidade, embora a atenção à essa condição só tenha ocorrido no último século. Dependência química é o uso freqüente e exagerado da droga, com ruptura dos vínculos afetivos e sociais, é a perda da liberdade de dizer não à droga à qual o organismo se adaptou, seja droga lícita ou ilícita.

Segundo o dicionário Aurélio, droga é “qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento”. Na definição da OMS é “qualquer produto, lícito ou ilícito que afeta o funcionamento mental e corporal do indivíduo e que pode causar intoxicação ou dependência”.

As drogas são classificadas em três categorias, de acordo com a sua ação no sistema nervoso: Depressores do Sistema Nervoso Central, englobando o álcool, benzodiazepínicos, inalantes, opiáceos naturais, sintéticos e semi-sintéticos; Estimulantes do Sistema Nervoso Central, englobando anfetaminas, cocaína e seus derivados; e ainda os Perturbadores do Sistema Nervoso Central, onde encontra-se vegetais (mescalina, maconha, psilocibina, trombeteira) e sintéticos (LSD, ecstasy).

Precede a Dependência, o fenômeno conhecido como tolerância, no qual o organismo sempre pede uma quantidade maior da droga para obter o efeito de prazer antes obtido com menor quantidade. Tal fenômeno é devido a sobrecarga dos sistemas enzimáticos do fígado, principalmente o citocromo P450 que desempenha uma função adaptativa, transformando produtos estranhos ao organismo em substâncias menos ativas.

No Brasil, segundo estatísticas, 10% da população adulta é acometida pelo alcoolismo e 2% é dependente de outras drogas. Não incluindo o tabagismo, pois se assim fosse, teríamos o número assustador de um dependente para cada dois habitantes (Busnello). Temos portanto um quadro preocupante e merecedor de atenção na Saúde Mental.

Nos últimos anos, devido ao aumento da incidência da enfermidade, muito se tem explorado para tentar compreender a gênese da dependência química, assim como criar mecanismos eficazes de prevenção.

O sujeito propenso ao uso de drogas, segundo a OMS, é uma pessoa sem informação adequada sobre os efeitos da droga; com saúde deficiente; insatisfeito com sua qualidade de vida (falta ou excesso); com personalidade deficientemente integrada; com fácil acesso às drogas. Segundo Zaitter, o vício tem início sob quatro aspectos principais:

Problemas emocionais – 65%

Curiosidade – 20%

Exibicionismo ou auto-afirmação – 10%

Problemas mentais – 5%

Segundo Hawkins, quatro elementos tem se mostrado protetores contra a adicção: forte ligação com os pais; compromisso escolar; envolvimento regular em atividades religiosas; crença em normas e valores da sociedade.

É uma patologia que atinge todas as classes sociais e todo tipo de família. Porque algumas famílias são bem sucedidas na criação de seus filhos, evitando assim a adicção e outras não? Segundo Baurind (1968), os pais são classificados em quatro categorias: pais competentes, pais autoritários, pais negligentes e pais ausentes. Os pais competentes demonstram confiança em si próprios, como pais e como pessoas. São confortadores e afetuosos mas estabelecem limites e padrões de conduta. Disciplinam os filhos quando esses padrões são rompidos, explicando a lógica da disciplina e tendem a não utilizar força física como punição. Exercem a autoridade sem serem autoritários. Seus filhos tendem a ser maduros, independentes, auto-confiantes e com auto estima elevada. Os pais autoritários são os que dizem aos filhos o que fazer sem explicar as razões, estabelecem padrões de conduta rígidos sem levar em conta a necessidade dos filhos, consideram a obediência uma virtude absoluta, quando os padrões são rompidos a punição é insensata e sem explicação, não encorajam discussões. Seus filhos tendem a apresentar baixa auto-estima e dependência. Os pais negligentes são inseguros como educadores, geralmente são afetivos e calorosos mas exercem pouco controle, como se tivessem medo de serem autoritários, organizam a familia como uma pseudo-democracia abdicando do poder de decisão e responsabilidade. Seus filhos tendem a ser inseguros, imaturos e dependentes. Já os pais ausentes manifestam rejeição através da ausência de atenção e afeto, privando a criança de limites definidos e do alimento afetivo necessário para o reconhecimento de sua própria existência. Seus filhos têm dificuldades no convívio social e é comum encontrar esse tipo de característica nos adolescentes usuários de drogas.

Além do desenvolvimento e criação adequada, é no mínimo irresponsável negar o papel da exposição do indivíduo ao ambiente como elemento influenciador ao estabelecimento da adicção. A mídia enquanto “mãe substituta” pode modificar comportamentos. Estudos mostram que nos Estados Unidos, uma criança entre 6 e 17 anos gasta 18.000 horas exposta à televisão e 12.000 horas na sala de aula. Em média, a TV nos EUA veicula por ano 14.000 propagandas com referência sexual, 2.000h com referência à bebidas alcoólicas e 1.000h com referência a assassinatos, estupros e assaltos. Um adolescente ouve rádio, em média, 18,5h durante a semana e 12,8h durante o fim de semana. Em revistas, carros são os primeiros, cigarros os segundos produtos mais anunciados. Bebidas alcoólicas também são muito divulgadas. Em Washington, 1988, uma pesquisa mostrou que crianças entre 8 a 12 anos conseguiam lembrar de mais nomes comerciais de bebidas do que de presidentes americanos.
Várias abordagens psicológicas tentam explicar a dependência química por diversos fatores. Nenhuma delas consegue explicar tal fenômeno na sua totalidade. Talvez, a forma mais compreensível seja a complementação que uma teoria pode ser à outra. Deve-se compreender a Dependência Química considerando as teorias como includentes e complementares e não excludentes.
A Psicanálise contribui para a compreensão da gênese dessa condição com algumas hipóteses. São elas: teoria das gratificações narcísicas, teoria da oralidade, teoria das perversões, e teoria das relações maníacas

Não pretendo explorar profundamente cada uma das teorias, mas superficialmente informá-las.

Teoria da Gratificação Narcísica : -Freud, em 1897 escreveu “… comecei a compreender que a masturbação é o grande hábito, o vício primário, e que é somente como seu sucedâneo e substituto dela que outros vícios – álcool, morfina, tabaco, etc. – adquirem existência.” -Enfatizava a possibilidade de, através das substâncias psicoativas, alguém conseguir prazer, sem a necessidade da colaboração de outra pessoa. Simmel (1930) endossa tal pensamento ao afirmar que ” as mães dos toxicômanos, não raro, são sedutoras e superindulgentes enquanto mãe nutrícia, retirando, elas mesmas, um prazer auto-erótico do amamentar”, concorda Knight(1937) acrescentando que: “elas procuram aplacar o bebê satisfazendo-o constantemente, de modo que o desmame eventual da criança só poderá significar traição da mãe”. Desta forma a etapa da separação com posterior individuação ( Mahler,1975) seria comprometida, favorecendo-lhes o envolvimento futuro com as drogas.

Para Rosenfeld (1960) os bebês seriam portadores de inveja primária do seio materno, o que leva o indivíduo, a precocemente preterir o seio em favor de seu próprio polegar. A droga, nesta perspectiva, seria um substituto deste polegar.

Em 1987, Olievenstein e seus colaboradores, concentraram seus estudos na questão da falta. Segundo estes autores, há a possibilidade do sentimento da falta propiciado pela maternagem inadequada se sobrepor ao prazer narcísico associado às drogas. As mães insuficientemente boas gerariam um estado de crônica falta. Uma falta descomunal e jamais saciável. Nessa perspectiva, o depender de drogas seria o resultado do deslocamento deste sentimento de falta para um objeto, com a vantagem de este ser alcançável em qualquer esquina do mundo.

Teoria da Oralidade : Freud (1905) destacou a presença de fixações orais em dependentes químicos. Escreveu em seus três ensaios sobre a teoria da sexualidade : “…da importância erógena da região labial, constitucionalmente determinada. Se esta importância persistir, estas crianças quando crescerem, torna-se-ão epicuros do beijo, inclinar-se-ão ao beijo pervertido, ou, se do sexo masculino, terão poderoso motivo para beber e fumar.”

Teoria das Relações Maníacas : Sob o efeito das substâncias psicoativas, o indivíduo experimenta sensações de enaltecimento pessoal, com conseqüente reforço da onipotência, fato que sempre chamou a atenção dos vários psicanalistas, que tentaram melhor entender a psicodinâmica dos dependentes químicos. Assim é que Freud (1917,1927) destacou a relação entre a elação alcóolica e a mania. Para Rosenfeld (1960) “a toxicomania intimamente se relaciona à doença maníaco-depressiva, conquanto não lhe seja idêntica… o ego dos toxicômanos é fraco e não dispõe de força para suportar o peso da depressão e, por isso, recorre, com facilidade, aos mecanismos maníacos, mas só alcança a reação maníaca com o auxilio das drogas …Caracteristicamente defendem-se com idealizações, identificações com o objeto ideal e o controle onipotente dos objetos”.

Clark (1919) direcionou sua atenção para a importância do exame da relação entre depressão e dependência química. Nisto foi seguido por uma infinidade de outros pesquisadores que tiveram sempre o desafio de tentar separar qual condição determinaria a outra.

Seja no entanto mania ou depressão, do ponto de vista destas contribuições, estas seriam condições prévias, onde o uso de substâncias psicoativas apareceria como subproduto.
Teoria das Perversões : Desde 1912, (Freud) a psicanálise estuda a relação da dependência química de uma forma geral, e do alcoolismo em especial, com fantasias homossexuais. Para Freud o álcool seria capaz de levantar as inibições e desfazer o trabalho da sublimação. Em conseqüência disto a libido homossexual se liberaria.

Abraham (1908) concorda com isso, sustentando que o comportamento, muitas vezes criminoso, de alcoolistas se daria devido a liberação, pelo álcool, de perversões como o sadismo e o masoquismo.

A Dependência química é uma doença crônica com danos lentos e irreversíveis física e psicologicamente. No DSM-IV-TR (Diagnostic and Statistical manual of mental disorders) aparece como transtornos relacionados a substâncias.
Cada classe de drogas conduzirá, no decorrer do tempo, a diferentes danos pois afetará diferentes sistemas de neurotransmissores.

Robinson e Berridge (1993) estudaram os diversos efeitos das drogas no organismo e concluíram que substancias psicoestimulantes levam a uma concentração maior de dopamina no núcleo accumbens resultando em um comportamento psicótico com alucinações e delírios.
Alterações comportamentais como agressividade exacerbada, comportamento anti-social e perda de memória, perda de valores morais e éticos são implicações comuns do abuso de substâncias.

Ernest Simmel (1947) afirma que o supereu é solúvel em álcool, ou seja, o superego do alcoolista, sob o abuso da substância, se torna menos permeável à censura, perdendo referências morais e éticas.

As mudanças comportamentais do adicto ocorrem na esfera bio-psicossocial. Na esfera física podem se evidenciar episódios amnésicos, sintomas de abstinência, acidentes freqüentes, reações tóxicas agudas (vômitos, estado confusional, convulsões, dores abdominais), preocupação excessiva com a saúde geral. No âmbito escolar pode-se observar queda no rendimento escolar, aumento do número de faltas, dificuldade de memória e concentração, problemas disciplinares. Em áreas legais nota-se maior incidência de acidentes/ multas de trânsito, amigos com história criminal, atividades criminais. Na atuação familiar: conflitos pais/filhos, afastamento das atividades da familia, desaparecimento de dinheiro ou objetos da casa. E ainda é possível constatação através de evidências laboratoriais, como a exemplo, pode-se dosar na urina até um certo tempo após o uso, que varia de acordo com a droga. Assim: cocaína – presente na urina de 8 a 48h. Opiáceos – presentes até 84h. Maconha – de 7 a 34 dias depois do consumo.

Frequentemente os familiares protelam ou utilizam-se do mecanismo de defesa de negação para não aceitar a possibilidade de ter um de seus membros envolvidos com drogas.
Dependendo do tempo de uso e da instalação da dependência química, muitas vezes o único tratamento possível é a internação clínica, a qual, na maior parte das vezes é involuntária num primeiro momento.
De acordo com a Federação Brasileira de Comunidades terapêuticas (FEBRACT), no estado de São Paulo, há filiação de 46 instituições, entretanto, por não ser um órgão de filiação obrigatória, é estimado a existência de um número bem maior, sem contar as clínicas e hospitais médicos especializados no tratamento da dependência química.
Escolher uma instituição que ofereça uma proposta terapêutica eficaz, que tenha instalações adequadas com profissionais devidamente treinados e ofereça uma estrutura real de trabalho terapêutico e reinserção social é, para os familiares leigos do tema e surpresos pelo acometimento da doença, um desafio que muitas vezes premedita o fracasso do objetivo a que se propõe uma internação para reabilitação.
Há, entretanto, alguns critérios que devem ser levados em conta, na escolha de uma instituição adequada. Os familiares devem preceder uma visita antes de uma escolha definitiva, quando se observa itens básicos como instalações e acomodações para o interno, higiene, estrutura de lazer, presença de profissionais diversos da área de saúde tais como psicólogos, psicanalistas, terapeutas, assistente social, monitores, professor de educação física, médico psiquiatra e médico clínico geral, possibilidades e recursos de atendimento a emergências clínicas, plano e rotina diária de atividades, cardápio diferenciado para dietas hipocalóricas ou hipoglicêmicas, programas de ressocialização na etapa final da internação, programa de assistência familiar e acompanhamento pós-internação. São critérios que determinam ou não o sucesso do tratamento.
A maioria das instituições fundamentam seus projetos terapêuticos nos passos das Irmandades Anômimas, o que tem se mostrado muito eficiente e eficaz para o sucesso do tratamento.
O primeiro momento do interno, geralmente conturbado e de maior vigilância é a desintoxicação. Nessa etapa diversos fenômenos físicos se manifestam na síndrome de abstinência. O paciente geralmente estará mais irritadiço e agressivo e deverá ser acompanhado por um médico clínico geral ou psiquiatra. O uso de neurolépticos pode abrandar os sintomas de desconforto da síndrome de abstinência e assegurar a integridade física do paciente, geralmente prescritos pelo médico psiquiatra. Uma segunda etapa deverá ser firmada no objetivo da sensibilização e conscientização concentrada num número maior de atendimentos psicológicos e psicanalíticos individuais e grupais. A terceira etapa é a de reabilitação, na qual objetiva-se a mudança comportamental e o planejamento para o futuro. Na fase seguinte, a ressocialização, assistido por profissionais, o interno deverá ser reinserido gradualmente no seu mundo e consolidar as mudanças comportamentais. A ultima etapa é o acompanhamento do paciente no seu mundo. Paralelamente ao trabalho com o interno, a família poderá ser assistida e orientada quanto a atendimentos psicoterapêuticos familiares com o propósito de gerar mudanças que quebrem o padrão de co-dependência inconscientemente instalado nos cuidadores. É um trabalho de preparação para a reinserção futura do membro internado. Não existe um tempo determinado para cada etapa do tratamento, entretanto a singularidade do indivíduo, a complexidade da patologia e estruturação familiar deverão ser consideradas na determinação do tempo de duração de cada etapa.
As instituições terapêuticas para dependentes químicos têm uma ampla gama de atividades que podem ser psicoterapia individual e grupal, psicanálise individual e grupoanálise, grupos de reflexão, grupos de AA e NA, grupos de partilha de sentimentos, palestras, videoterapia, educação física, artes marciais, laborterapia, grupos de práticas espirituais, etc…
O objetivo da internação é a priori, a quebra de padrão de abuso da substância, mas também uma preparação para a reinserção do indivíduo na sociedade, no exercício da sua cidadania e do seu papel familiar, conscientizando o de sua enfermidade e de sua cronicidade e colocando-o na posição de responsável pela manutenção constante da sua recuperação.
Findado o período de internação, faz-se importante a manutenção do tratamento através da assistência psicoterapêutica ou psicanalítica, dos grupos de apoio externos para o indivíduo e familiares, assim como acompanhamento psiquiátrico periódico.
A terapia medicamentosa poderá ser eficaz durante e pós-internação. Poderá ser o uso de neurolépticos para contenção dos impulsos e da compulsão ou também o uso de drogas aversivas específicas para o alcoolismo. Embora o Dissulfiram tenha sido, no passado, usado por muitos profissionais no combate ao alcoolismo, mostrou-se com o tempo, perigosa e obsoleta. Hoje, a industria farmacêutica oferece a naltrexona e o acamprosato no tratamento de alcoolismo. Não se tem uma evidência concreta da eficácia dessas drogas, os dados até então encontrados são inconsistentes.
A manutenção da recuperação tende a ser bem sucedida quando orientada por profissionais experientes, mas outros fatores têm se mostrado relevantes nesse processo, tais como o apoio e o acolhimento familiar; a criação de um ambiente propício à expressão de sentimentos e à pedidos de ajuda, quando necessários; a valorização do indivíduo e o respeito pelos seus direitos e liberdade e a estimulação à responsabilidade do indivíduo pelos seus atos.
A dependência química é uma doença crônica que leva o caos à estrutura familiar e que pode ser destrutiva e auto-destrutiva, portanto requer tratamento especializado e participação de todos os membros cuidadores.

Olivan Liger de Oliveira
Psicanalista

terça-feira, 30 de julho de 2013

Em meio a polêmica da questão da redução da maioridade penal que tem se desenrolado durante há alguns dias, vários rappers através de rimas gravadas em vídeos, tem protestado se posicionando contra a redução. A questão é bem controversa e não é de hoje que causa alvoroço ao ser discutidaEm protesto aos clamores pela redução da maioridade penal, rappers e poetas de várias cidades estão fazendo raps com argumentos contrários a mudança no código penal. O projeto começou há duas semanas e 18 vídeos já foram publicados em um canal no Youtube. A ideia,é que mais pessoas elaborem rimas e participem.

Conheça as 10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal:
1. A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período
de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da
sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto
de vista emocional e social quanto físico;
2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade,
visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a
construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;
3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do
jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso,
de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades
educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os
adolescentes;
4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda
atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de
orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação
escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;
5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente
que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe
impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a
conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se
tratando de adolescentes;
6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da
forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude;
implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos
sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de
sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência - ameaça,
não previne, e punição não corrige;
7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção,
daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da
violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas
condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da
maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a
questão;
8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas
instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem
se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como
um de seus efeitos principais aumentar a violência;
9. Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a
população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;
10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas
educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas
públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.
Psicanálise de bebês e crianças pequenas – Entrevista

30/07/13 - 09:31
POR LUCIANA SADDI

A psicanálise de crianças começou a se desenvolver a partir da segunda década do século XX. Seus dois maiores expoentes iniciais foram Anna Freud e Melanie Klein, que criou a técnica da ludoterapia. Quase cem anos depois, observamos um desenvolvimento assombroso dessa disciplina e hoje, podemos tratar de bebês e crianças pequenas, favorecendo a profilaxia de transtornos mentais graves. Vamos conversar com, Maria Cecília Pereira da Silva*, que coordena um curso** sobre a clínica de 0 a 3 anos, no Centro de Atendimento Psicanalítico da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Luciana: Como foi que você se interessou pelo trabalho analítico com bebês e crianças pequenas?

Maria Cecília: Ao estudar Psicopatologia do Bebê, com Serge Lebovici, descobri como intervenções nas relações iniciais pais/bebês, em poucas consultas, podiam fortalecer as funções parentais e solucionar sintomas de sofrimento emocional no bebê.
Evitar que dificuldade vinculares e sintomas se cristalizem é extremamente preventivo e profilático. E isso é apaixonante. Assim podemos ajudar psicanaliticamente, em poucas consultas, muitas pessoas. 

Luciana: Quais as especificidades desse trabalho?

Maria Cecília: O trabalho se realiza preferencialmente nos primeiros 3 anos do bebê conjuntamente com os pais e outros irmãos. Eventualmente trabalhamos com os avós e babás também. As sessões duram entorno de 1 hora e podem ocorrer entre 4 e 10 sessões ou mais, dependendo da situação, e não, necessariamente, são semanais. Muitas vezes atendemos em co-terapia. Ou seja, 2 terapeutas para favorecer a continência oferecida à família. Às vezes propomos uma puericultura emocional e vamos acompanhando de tempos em tempos a interação e o desenvolvimento emocional do bebê. 

Luciana: Quando pais, profissionais e cuidadores devem procurar a avaliação de um psicanalista?

Maria Cecília: Quando há dificuldades vinculares, dificuldades no sono ou alimentação, problemas com controle esfincteriano, irritabilidade, excesso de agitação, dificuldades na interação afetiva e intersubjetivas 

Luciana: O que mudou no campo da clínica de 0 a 3 anos, considerando os últimos 50 anos?

Maria Cecília: Cada vez mais cedo somos capazes de identificar transtornos do espectro autista e intervir precocemente muitas vezes impedindo a cristalização dos sintomas mais sérios. 

Luciana: Por que o diagnóstico de transtornos do espectro autista (TEA) vem crescendo no mundo todo?

Maria Cecília: Em primeiro lugar porque aumentou o número de crianças com TEA e com isso os pesquisadores começaram a buscar sinais precoces desses transtornos. Estudam-se filmes caseiros de crianças diagnosticadas com TEA e a qualidade das interações intersubjetivas entre pais e bebês, assim como a disponibilidade emocional materna.
Antigamente, os pediatras só encaminhavam quando os sintomas se mantinham após os 3 anos e alguns, após os 6 anos ou quando os pais identificavam algo estranho e comparavam seus filhos com as outras crianças da escola. Hoje, as pesquisas mostram que a plasticidade cerebral permite que intervenções precoces transformem neurológica e emocionalmente quadros que mais tarde se tornariam crônicos. 

Luciana: Como vê a influência do mundo atual nos sintomas das crianças?
Maria Cecília: Cada vez mais cedo as crianças são expostas a brinquedos e atividades tecnológicas em detrimento do contato humano e algumas acabam estabelecendo uma preferência maior por objetos do que pela interação com seres humanos, dificultando o desenvolvimento de relações intersubjetivas e a mediação dos sentimentos e emoções. 
A falta de redes parentais nas cidades grandes também deixa as mães muito desamparadas com a chegada de um bebê. Tanto os pais quanto os avós e comadres são importantes para embalar a dupla mãe-bebê nos momentos de estresse da mãe. 
A disponibilidade emocional materna entra em disputa com as demandas cotidianas e contemporâneas, além das demandas profissionais, exigindo que as crianças se tornem rapidamente independentes e autônomas. Essa precocidade, muitas vezes, se transforma em sintomas como: fobias, obesidade, ecoprese, retraimento ou momentos de explosividade.

*Maria Cecília Pereira da Silva é Psicanalista, membro efetivo, analista de criança e adolescente e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, filiada à International Psychanalytic Association. Especialista em Psicopatologia do Bebê pela Université Paris XIII. Pós doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Membro do Departamento de Psicanálise de Criança e Professora do Instituto Sedes Sapientiae. Coordenadora da Clínica 0 a 3 do Centro de Atendimento Psicanalítico da SBPSP. Autora dos livros, A paixão de formar e Herança Psíquica (casa do psicólogo), A construção da parentalidade em mães adolescentes (honoris causa) e Organizadora do livro, Sexualidade começa na infância (casa do psicólogo).

**Curso aberto a profissionais e estudantes das áreas de educação e saúde (psicólogos, pediatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais entre outros). Será ministrado durante o segundo semestre de 2013, em 8 aulas, com uma hora e meia de duração e frequência quinzenal, às sextas-feiras das 13h00 às 14h30. Informações: (11) 3661-9822 ramal 1, de 2ª a 6ª das 9h00-16h00.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Medicalização em um serviço público de saúde mental: um estudo sobre a prescrição de psicofármacos.

Resumo

Notícias de que a quinta versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSMV) deverá trazer uma ampliada listagem das possibilidades diagnósticas têm aquecido o debate sobre
uma tendência, reconhecível em práticas psiquiátricas contemporâneas, de enquadrar em diagnósticos
psiquiátricos mal-estares comuns da vida cotidiana e submetê-los a tratamento psicofarmacológico.
Este artigo traz a essa discussão dados de uma pesquisa de campo sobre a prescrição de
psicofármacos no atendimento psiquiátrico de um serviço público de saúde mental. Os resultados
mostram que a psiquiatria do serviço mantém sob prescrição de psicofármacos praticamente todos os
seus usuários e que as altas são raríssimas. O artigo organiza elementos críticos a essa prática e conclui
por sua inadequação face aos objetivos de promoção de cuidados personalizados atentos à autonomia
e aos preceitos de cidadania presentes nas atuais diretrizes nacionais das políticas públicas de saúde
mental.

"O serviço prestado por estas substâncias na luta
pela felicidade e no afastamento da desgraça é tão
apreciado como um benefício que tanto indivíduos
quanto povos lhe concederam um lugar permanente
na economia de sua libido
Freud (1930/1980, p. 86).
Quando, ainda nas primeiras décadas do
século XX, o criador da psicanálise teceu as
considerações acima, pretendia destacar o
papel auxiliar dos alteradores químicos do
psiquismo, substâncias de uso comum em
todas as culturas, no enfrentamento do
sofrimento psíquico que reputava próprio à
condição humana (Freud, 1930/1980). Não
poderia, no entanto, supor que certos tipos
desses alteradores, os psicofármacos,
viessem a se tornar uma verdadeira panacéia
no enfrentamento de todo o tipo de malestar social em nossa civilização, revelando a
propensão a substituir por pílulas coloridas
toda a reflexão que o mestre dedicava para
compreender o drama humano e minorar a
condição trágica de sofrimento que lhe
considerava inerente.
De fato, vários autores consideram que,
na contemporaneidade, qualquer sinal de
sofrimento psíquico está sujeito a ser
transformado em objeto de práticas médicas
limitadas a sumárias rotulações diagnósticas
quase sempre acompanhadas pela prescrição
de algum tipo de psicofármaco fadado a
promover sua cura (Caponi, 2012; CostaRosa, 2011; Ferrazza et al., 2010; Rabelo,
2011). À mercê desse reducionismo pouco
atento às complexidades do ser humano,
essa tendência que propala seu
embasamento na moderna neurofisiologia
tem promovido a banalização do uso de
psicofármacos como principal característica
do processo de medicalização da existência
humana na contemporaneidade (Soares &
Caponi, 2011; Tesser, 2010).
Nessa perspectiva, questões relativas ao
cotidiano e que envolvem aspectos comuns
relacionados à subjetividade e à existência
humana vêm sendo transformadas em
queixas de âmbito médico-psiquiátrico, em
sintomas de supostos transtornos e,
finalmente, em categorias diagnósticas que
sustentariam as indispensáveis prescrições
psicofarmacológicas, fenômeno que muitos
autores consideram relacionado a uma trama
de interesses corporativos que envolvem a
medicina e indústria de medicamentos
(Amarante & Carvalho, 2000; Angell, 2007;
Baroni et al., 2010; Caponi, 2009; Cosgrove
& Krimsky, 2012).
Esta preocupação tem-se acentuado com
as notícias sobre a iminente publicação do
novo Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V). Considerado
a “bíblia” da psiquiatria moderna, a nova
versão de tal manual deverá estabelecer a
ampliação do número de possibilidades
diagnósticas e poderá trazer um aumento
expressivo das possibilidades de
enquadramento psiquiátrico e das
consequentes prescrições de psicofármacos....."

Segue a reportagem pelo link abaixo em PDF.



Legalizar não é melhor saída contra dependência química, aponta SBPC
Pesquisadores acreditam que ideal é país criar políticas consistentes.

Ronaldo Laranjeira apresentou o mais recente levantamento Nacional de Álcool e Drogas.

A legalização das drogas não é o melhor caminho para enfrentar a dependência química na opinião de especialistas , dentro da programação da 65° Reunião Anual da SPBC, realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife. Para os pesquisadores, o ideal é criar políticas consistentes, baseadas em evidências científicas, rejeitando o princípio de guerra às drogas e a solução da legalização, vista como "derrotismo".O professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Laranjeira, mostrou o mais recente Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. O estudo indica que os brasileiros estão bebendo mais álcool e consumindo mais drogas. Questionado pelo público, não apresentou dados científicos que diferenciam dependentes dos usuários recreativos. Ele pontuou que o caminho é prevenir o início da experimentação, principalmente com público abaixo dos 18 anos. "Legalizar só vai deixar a droga mais barata [para ser comprada]. A dependência transforma-se numa doença do cérebro e pode ser prevenida, tratada e deve-se estimular a recuperação", disse.

Ele citou as ações necessárias para operacionalizar essa política. "Colocar o foco da prevenção na comunidade, controlar o mercado de drogas (produção e distribuição), facilitar o diagnóstico e acesso rápido ao tratamento, expandir as possibilidades de recuperação, alternativas à relação de uso de drogas e prisão, como uma justiça terapêutica, e melhorar o treinamento profissional e o sistema de informação para melhorar tomada de decisão."Laranjeira ainda apontou como exemplo positivo políticas públicas que usam como princípio básico intervenções no meio ambiente para inibir o consumo. "Não vamos convencer alguém a parar de fumar, mas criar constrangimentos sociais para evitar que ele fume, como leis que restringem locais para fumantes. Atuar também no preço e promoção do produto", argumentou.
Amadeu Rosseli afirmou que o Brasil nunca teve uma política consistente nem sistêmica de prevenção às drogas

Tanto Laranjeira quanto Amadeu Roselli, professor de psicofarmacologia e drogas de abuso da Universidade Federal de Minas Gerais, acreditam que o Brasil nunca teve uma política consistente nem sistêmica de prevenção às drogas. "Faltam projetos bem planejados, com metodologias adequadas, e sobra marketing, por isso não dão resultados. Também não há local para tratar todos os dependentes que precisam de atendimento e não há vagas para todos os que dele necessitam", complementou Roselli.O docente da UFMG classificou as políticas públicas brasileiras de "autistas". "Uma não conversa com a outra por falta de planejamento e gestão. Políticas sobre drogas do Brasil são coerentes ao não funcionar, pois seguem a forma como outras políticas são feitas no País, imediatas, ao remendo, nunca levadas ao final", explicou.O especialista emocionou a plateia mostrando um lado do crack que está apenas no começo: a perda da guarda familiar pelo consumo da droga. O efeito são crianças órfãs e o medo das pessoas em adotar os "filhos do crack". "Existe esse preconceito, mas eu adotei, legalmente, duas 'filhas do crack'. São lindas e saudáveis", comentou.

Araci Asinelli falou sobre a experiência do Núcleo
Interdisciplinar de Enfrentamento à Drogadição
Mediadora da mesa, a professora da Universidade Federal do Paraná, Araci Asinelli, mostrou a experiência do Núcleo Interdisciplinar de Enfrentamento à Drogadição, criado em 2012, que usa como lema a prevenção como princípio para o enfrentamento. Ela ressaltou a importância da prevenção, com ênfase à prevenção primária, junto à criança e ao adolescente, e apontou como necessário potencializar a atuação da universidade na demanda por políticas públicas no enfrentamento da problemática da prevenção, tratamento, redução de danos e repressão do abuso de drogas junto à sociedade brasileira.A SBPC segue na Universidade Federal de Pernambuco até 26 de julho. 

O Senac-SP tem mais de 300 cursos grátis em mais de 50 áreas do conhecimento:

Os cursos do Senac são famosos por todo o país por sua qualidade de ensino, capacidade de aprendizado, capacitação profissionais e seu peso em no currículo profissional. Como todos os profissionais sabem, o mercado de trabalho gira em torno de conhecimento técnico e comprovações por parte do profissional. O mercado de trabalho se resumiu atualmente em currículo, muita das vezes uma pessoa pode ter mais qualidade profissional e até mesmo um maior conhecimento técnico, porém pode perde para uma pessoa que tenha um bom certificado e boas experiências em empresas de grande porte. Então, se você estiver afim de ingressar em alguns cursos grátis do Senac-SP,


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sábado, 27 de julho de 2013

Unicamp disponibiliza na rede conteúdo acadêmico de forma grátis

Unicamp disponibiliza na rede conteúdo acadêmico de forma grátis. Grandes universidades já aderiram ao compartilhamento de conteúdo na internet. Com isso, passaram a contribuir efetivamente para a melhoria da educação no país. Engajada com esta iniciativa, a Unicamp também reuniu parte de seu acervo e o disponibilizou gratuitamente na rede.
São diversas áreas divididas em categorias que vão desde vídeo aulas, passando por acervo com foco em educação, até minicursos de tecnologia XMLconceitos básicos de videoconferência etc.
O material foi selecionado por professores da instituição e está em português.
Aproveite!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Auto estima é indicativo mais preciso de saúde mental. “Errar é inevitável e é o caminho do progresso.”


'Autoestima é indicativo mais preciso de saúde mental', diz Luiz Alberto Py.'

"Segundo o psicanalista, amar e ser feliz só é possível com boa autoestima.
Errar é inevitável e é o caminho do progresso, destaca especialista."

Amar e ser feliz só é possível para quem tem boa autoestima. É o que garante o psicanalista Luiz Alberto Py. Segundo ele, trata-se de uma questão que é absolutamente humana e que está ligada à racionalidade. O problema surge quando há um conflito entre a razão e a emoção. “A gente nasce com a autoestima lá em cima e o problema educacional vai derrubando. A gente não tem que criá-la, tem que reconquistá-la”, conta o especialista.

Py diz ainda que a autoestima é o indicativo mais preciso de saúde mental. “A gente tem que ter essa capacidade de entender que amor não tem nada a ver com sucesso e realização”, aponta. Para ele, as filas das portas de uma penitenciária em dia de visita demonstram que amar independe de certo e errado. “Errar é inevitável e é o caminho do progresso.”

Paraná incorpora dois novos medicamentos ao tratamento da hepatite C


Paraná incorpora dois novos medicamentos ao tratamento da hepatite C
26/07/2013 16:45


O Estado do Paraná já está ofertando na rede pública de saúde dois novos medicamentos para o tratamento contra hepatite C. Os chamados inibidores de protease (boceprevir e telaprevir) são o que há de mais moderno na área e podem zerar a carga viral dos pacientes.

Toda a estratégia de incorporação dos medicamentos foi apresentada nesta sexta-feira (26), durante evento sobre o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, realizado em Curitiba.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, disse que para oferecer os novos medicamentos o governo estadual teve que organizar uma rede de retaguarda com nove serviços de referência para cobrir todo o Estado. “Como os dois medicamentos são novos e têm risco de reação adversa, todo o tratamento deve ser acompanhado de perto por profissionais especializados”, destaca.
Nesta primeira fase de implantação da rede, os serviços de referência estarão localizados nas cidades de Curitiba (3), Araucária, Londrina, Foz do Iguaçu, Maringá, Cascavel e Campo Mourão. Após a primeira fase, a intenção é ampliar o número de serviços garantindo atendimento especializado mais próximo dos pacientes.
Além de centralizar a distribuição de medicamentos, essas unidades prestarão toda a assistência ao paciente durante o período de tratamento, que pode durar até 11 meses. Semanalmente, o paciente deverá comparecer à unidade para receber o medicamento, realizar exames e monitorar o andamento do tratamento.
Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual da Saúde, Cleide Oliveira, os inibidores de protease não substituem os medicamentos Interferon e Ribavirina, já utilizados no tratamento da hepatite C. “É um complemento que potencializa o tratamento. Para fazer o efeito desejado, é preciso que não haja interrupções e todo processo deve ser seguido à risca”, alerta Cleide.

PÚBLICO – Atualmente, estima-se que cerca de 400 paranaenses estejam aptos a receber os novos medicamentos. De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, eles só são indicados para pacientes que estejam em estágio avançado da doença, com cirrose hepática, por exemplo.
Segundo Cleide, o processo de solicitação dos medicamentos deve ser protocolado mediante prescrição médica em uma das 22 farmácias do Paraná existentes no Estado. “Criamos uma comissão que avaliará cada processo, verificando se o paciente atende às exigências do Ministério da Saúde. É um cuidado que temos para evitar riscos ao paciente”, explica.

DIAGNÓSTICO – As hepatites virais são doenças que comprometem o funcionamento do fígado e podem evoluir até para o câncer. Com quatro subtipos virais (A, B, C e D), ela se desenvolve de forma lenta e silenciosa, sem a ocorrência de sintomas aparentes.
Atualmente, só existe vacina para a Hepatite B. As doses estão disponíveis nas unidades básicas de saúde desde o nascimento até os 49 anos. Grupos de risco como manicures, pedicures, podólogos, caminhoneiros, bombeiros, policiais (civis, militares e rodoviários), doadores de sangue, profissionais do sexo e coletores de lixo domiciliar e hospitalar também podem se vacinar, independente da idade. Para a imunização completa, são necessárias três doses, sendo que a segunda dose deve ser aplicada 30 dias após a primeira e, a terceira, cinco meses após a segunda.
Para as hepatites B e C, a melhor forma de diagnóstico é através dos testes rápidos que detectam a presença do vírus da doença. O teste de triagem é simples e o resultado sai em torno de 30 minutos. Caso o teste dê positivo, a pessoa é encaminhada imediatamente para realizar exames complementares e, posteriormente, ao tratamento. Já para as hepatites A e D, o diagnóstico só é possível através de exames de sangue.

Ações Governamentais com base nas estatísticas

 Ações Governamentais com base nas estatísticas, ressalta o uso de álcool como o mais maligno a saúde.

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, em um grave problema de saúde pública e vem requerendo ações tanto de repressão à oferta quanto de redução da demanda. O Ministério da Saúde, baseando-se em dados da Organização Mundial de Saúde, afirma que cerca de 10% da população dos centros urbanos consomem abusivamente substâncias psicoativas independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo, sendo o álcool e o tabaco as drogas consumidas em maior quantidade.
Sabemos que o consumo abusivo de álcool pode provocar graves conseqüências. Um estudo internacional considera o álcool como sendo responsável por 1,5% de todas as mortes no mundo e por 2,5% do total de anos vividos ajustados para incapacidade, esta carga inclui transtornos físicos e lesões decorrentes de acidentes influenciados pelo uso indevido de álcool, o qual cresce de forma preocupante em países em desenvolvimento.
No Brasil, os problemas relacionados ao abuso de drogas são cada vez mais objeto de preocupação por parte da sociedade em geral devido a aumento crescente de seu consumo pela população. Um dos fatores que sinalizou a necessidade de uma ação governamental mais efetiva nesta área foi o elevado custo social decorrente do uso indevido de drogas que, cada vez mais expressivo, coloca como desafio a urgente implantação de medidas mais adequadas do ponto de vista de saúde pública.

Segundo dados da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Drogas/Abead, de 1990, o alcoolismo é terceiro motivo para o absenteísmo no trabalho e a oitava causa para a concessão de auxílio-doença pela Previdência Social.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dependência química.
Alcoolismo.

A dependência de álcool, droga mais popular, atinge 12% dos adultos brasileiros e responde por 90% das mortes associadas ao uso de outras drogas. Ou seja, o álcool mata muito mais do que as drogas ilícitas.
Apesar de ser uma doença sem cura, o alcoolismo pode ser totalmente controlado. O Brasil tem milhares de instituições de ajuda ao usuário de álcool com problemas. Elas atuam com prevenção, tratamento e ações de redução de danos.
O modelo de prevenção mais comum é a educação afetiva. Nessa abordagem, valorizar a autoestima do paciente, ensiná-lo a controlar sua ansiedade e ajudá-lo a recuperar a capacidade de decidir e se relacionar é mais útil do que enfatizar as consequências negativas do abuso de álcool. Nesse sentido, as palestras são ferramentas educativas importantes, pois trazem informações e funcionam como um espaço reservado à reflexão. 
Quando o abuso de álcool se torna um problema que interfere na dinâmica familiar, na participação social e nas atividades de trabalho, o tratamento indicado ainda é o voluntário. Ou seja, somente com a concordância do paciente. Segundo os Alcoólicos Anônimos, a decisão de optar por se tratar pode demorar, mas só pode ser tomada pelo próprio alcoólatra. A psicoterapia, individual, familiar ou em grupo, é a forma de tratamento mais comum.
No método dos 12 passos, por exemplo, usado pelos Alcoólicos Anônimos, os veteranos que já pararam de beber dão conselhos a quem quer interromper o vício. Em reuniões abertas ou fechadas, cada um relata como foi parar ali e descobre como sua história é parecida com a de todos os outros. O sucesso do tratamento é atribuído a essa franca troca de experiências. 
Em geral, espera-se que a família participe e apoie o tratamento. Em alguns lugares, há também assistência religiosa. Para os casos mais graves, algumas instituições fazem internações terapêuticas, outras fazem apenas atendimento ambulatorial. 
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) tem cadastrados Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPSad), clínicas particulares, hospitais, universidades, comunidades terapêuticas, residências terapêuticas, grupos de auto-ajuda, entre outras instituições de assistência ao dependente de álcool.
Onde encontrar tratamento?
Entre em contato com a LOTUS e nos disponibilizamos a encaminha-los aos locais que possam dar assistência conforme a necessidade apresentada.este é um serviço social de utilidade publica, não será nada cobrado de você, vença o medo, a insegurança, existe vida após as drogas. 

Ações fazem parte da Semana da Parada LGBT; além de entregar 15 mil preservativos, Estado realizará 400 testes anti-HIV

SP distribui preservativos e oferece teste rápido.

Ações fazem parte da Semana da Parada LGBT; além de entregar 15 mil preservativos, Estado realizará 400 testes anti-HIV

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo distribuirá 15 mil preservativos durante a Semana da Parada LGBT na Capital. Serão oferecidos 400 testes anti-HIV e para a detecção de sífilis, além da distribuição de oito mil sachês de gel lubrificante e oito mil folders de incentivo ao diagnóstico das doenças. A ação, organizada pelo Centro de Referência e Treinamentos DST/Aids-SP, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da detecção precoce de doenças sexualmente transmissíveis.
As ações serão realizadas na segunda-feira, 27 de maio, das 9h às 17h, na Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37). Os testes oferecidos são rápidos e os resultados são obtidos no mesmo dia. A metodologia é simples, rápida e indolor, realizada com privacidade e sigilo.
Dados da vigilância epidemiológica do Estado indicam que 50% dos óbitos ocasionados pela Aids estão relacionados ao diagnóstico tardio da infecção. Todos os dias, oito pessoas morrem em decorrência da Aids no Estado.
"É fundamental que as pessoas com vida sexual ativa façam o teste", recomenda Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP.
Na quinta-feira, 30 de maio, a ação ocorrerá no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h, durante a Feira da Diversidade. No local, serão distribuídos materiais informativos incentivando a testagem precoce, sachês de gel lubrificante e preservativos.

Contaminação.

A epidemia de Aids no Estado de São Paulo, que completa 30 anos em 2013, fez 189.392 vítimas com 13 anos de idade ou mais, notificados no sistema da vigilância epidemiológica. Os principais grupos expostos ao HIV foram: a transmissão heterossexual, com 43% do total de casos, homens que fazem sexo com homens com 20%, e uso de drogas injetáveis, com 21%.
Entre o sexo masculino, o CRT observou um aumento de 16% no número de casos entre homens que fazem sexo com homens, quando comparados os anos 2007 e 2010, passando de 1.270 para 1.474 casos, respectivamente. No período de 2006 a 2011, os jovens, na faixa etária de 20 a 24 anos, apresentaram aumento de 79% no número de casos de Aids notificados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), passando de 119 para 213 casos.
Embora a epidemia de Aids tenha mudado o perfil nas últimas décadas, ainda há uma forte presença dos homens que fazem sexo com homens na totalidade dos casos notificados. Semelhante ao restante do país, a epidemia no Estado é caracterizada como "concentrada", ou seja, mantém uma prevalência de HIV/Aids menor que 1% na população geral e alta em alguns segmentos populacionais, a exemplo dos usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo.
"Neste contexto, enfatizamos a importância do diagnóstico precoce e convidamos a população que participará dos eventos da Semana da Parada LGBT a realizar o teste gratuito anti-HIV", explica Maria Clara.

quarta-feira, 24 de julho de 2013


Mais 12 cidades de São Paulo terão programa de combate ao crack

Quarta-feira, 24 de julho de 2013
Ação já alcança 28 cidades paulistas.

A partir de agora, a política nacional de enfrentamento ao crack e outras drogas alcança 28 cidades paulistas.
O Programa "Crack, é possível vencer" chegou no dia 23 de julho, a mais 12 municípios de São Paulo. Estão sendo investidos cerca de R$ 133 milhões para fortalecer a segurança pública e o atendimento em saúde e assistência social voltado ao cuidado e tratamento de dependentes químicos nas cidades de Barueri, Bauru, Campinas, Cotia, Embu das Artes, Franca, Guarulhos, Praia Grande, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Vicente e Taubaté.
A partir de agora, a política nacional de enfrentamento ao crack e outras drogas alcança 28 cidades paulistas. Com a adesão desta terça-feira, chega a 82 o número de municípios brasileiros que já desenvolvem as ações do programa em todo o país.
Para as ações da área da saúde serão investidos, até 2014, R$ 96,8 milhões nesses 12 novos municípios parceiros do governo federal no enfrentamento ao crack. A verba do Ministério da Saúde, participante do programa, será aplicada na implantação e qualificação de 12 Consultórios na Rua; 13 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III); cinco CAPS II; dois CAPS AD; dois CAPS 24h e 17 Unidades de Acolhimento (UA), sendo 10 UAs adulto e sete UAs infanto-juvenil, além de 559 leitos. Dentre os leitos, 80 são em enfermarias especializadas em saúde mental, 255 são de Unidades de Acolhimento, 130 em CAPS e 94 em comunidades terapêuticas.
No que diz respeito aos investimentos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), os 12 municípios paulistas receberão, juntos, um aporte financeiro de R$ 2,67 milhões para apoiar a implantação de um total de 29 equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social, para atuação integrada com as equipes de saúde dos Consultórios na Rua. Desse total investido, R$ 930 mil serão repassados ainda este ano e R$ 1,74 milhão em 2014.

Segurança pública

Na área de segurança pública, os investimentos do governo federal nos 12 municípios de SP que estão aderindo ao programa ultrapassam R$ 33,4 milhões. Para apoiar o policiamento ostensivo e de proximidade nas áreas de concentração de uso de drogas, ajudando a quebrar o vinculo entre o traficante e o usuário, o Ministério da Justiça (MJ), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), irá entregar 17 bases móveis de videomonitoramento.
Desse total, Campinas e Guarulhos receberão, cada um, três bases móveis; São José dos Campos contará com duas bases e os demais municípios ficarão, cada um, com uma base móvel. Cada base móvel será entregue com um kit de 20 câmeras de videomonitoramento, duas viaturas, duas motocicletas, 50 pistolas de condutividade elétrica e 150 espargidores de pimenta.
Além dos equipamentos, está prevista a capacitação de 680 profissionais de segurança pública que atuarão nas bases móveis e de 207 policiais militares do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que atuam com atividades de prevenção primária nas escolas.

Ações preventivas

Junto às ações preventivas nas escolas, o MJ promove, por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), campanhas educativas e ações voltadas tanto para a comunidade quanto para o fortalecimento das redes de atenção ao usuário e dependente de drogas.
A meta é capacitar, até 2014, cerca de 115 mil pessoas no Estado de São Paulo, com a formação de 8 mil lideranças religiosas, 31 mil conselheiros municipais, 8 mil profissionais de saúde e assistência social, 53 mil educadores da rede pública e 11 mil operadores do Direito, além de 4 mil gestores, profissionais e voluntários de comunidades terapêuticas. É importante destacar que o Estado de SP tem quatro comunidades terapêuticas contratadas pela Senad, por meio de edital de chamamento público, disponibilizando 93 vagas para acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso e abuso de drogas.
A Senad está investindo também na capacitação permanente dos profissionais das redes públicas de saúde e assistência social, da segurança pública, do Poder Judiciário e do Ministério Público, com a implantação de Centros Regionais de Referência (CRR) em instituições públicas de ensino superior. Em São Paulo, quatro CRRs foram implantados, sendo dois na Universidade Federal de São Paulo, um na Universidade Federal de São Carlos e um na Universidade Estadual Paulista.

Lótus: CRATOD - Centro de Referência de Álcool, Tabaco e ...

Lótus: CRATOD - Centro de Referência de Álcool, Tabaco e ...: CRATOD - Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas. SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS COCAÍNA/CRACK A cocaína (Erythoxylon coca), pla...
CRATOD - Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas.

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
COCAÍNA/CRACK


A cocaína (Erythoxylon coca), planta original da América do Sul,pode se apresentar na forma de pó (cloridrato de cocaína), de uma pasta base de coca (Merla, free base), diluída em água (cocaína injetável) e na forma de pedra (crack).
Os diversos sub-produtos da coca diferem no que se refere às vias de administração e tempo de absorção; a cocaína refinada (pó), quando aspirada, em aproximadamente 15 minutos atinge o seu pico de ação e esta dura em torno de 45 minutos; já cocaína fumada atinge o pico de ação entre 10 a 15 segundos, porém o efeito prazeroso desaparece em até 5 minutos o que leva o usuário a ficar dependente com maior rapidez que as forma aspirada.
A "fissura", compulsão ou desejo incontrolável de consumir a droga está mais presente e é avassaladora no crack e na merla pelo fato do desaparecimento rápido do efeito prazeroso e o uso repetido para voltar a sentir o efeito. Além da fissura, outros sinais e sintomas característicos da síndrome de abstinência por cocaína-crack são o aumento da ansiedade, inquietação, irritabilidade, diminuição da concentração, sintomas paranóides e agitação psicomotora.
A cocaína age sobre três pontos do Sistema de Recompensa cerebral : o tronco cerebral, o núcleo-acubens e sobre a região do córtex cerebral pré-frontal, a mais importante de todas.
A paranóia que ocorre com a intensificação do uso da cocaína-crack com a finalidade de aumentar os efeitos prazerosos, provoca muito medo, ansiedade, comportamentos agressivos, em alguns casos delírios e alucinações. Esse quadro é denominado " psicose cocaínica" .
A cocaína-crack tem ação direta sobre o músculo cardíaco, lesionando-o . Outras complicação cardio-vasculares são: Morte súbita, arritimias, miocardites, miocardiopatias, hipertensão arterial,infarto do miocárdio,etc.
Entre as complicações neurológicas decorrentes do uso crônico da cocaína-crack temos: Neurológicas - 25 a 60 % dos acidentes são causados por isquemias.
Complicações Musculares e Renais - Rbadomiólise- lesão no músculo estriado - causa lesões renais, insuficiência renal aguda.
No aparelho respiratório - edemas pulmonares, necrose dos alvéolos, hemorragia pulmonar. Pulmão de crack. Dispnéia, falta de ar, tosse sanguinolenta que pode complicar para uma parada respiratória ou pneumotorax
Obstétrica - Complicações na gestação e parto. Parto prematuro. Complicações respiratórias, baixo peso, "crack babies", agitação. Comportamentos sexuais de risco - Prostituição, DSTs (HIV-AIDS).
Neuropsiquiátricos - danos no funcionamento cerebral principalmente nas regiões orbito frontal, cingulado, ínsula e córtex frontal. O cérebro pode levar de 6 meses a 1 ano para retornar ao nivel do funcionamento anterior, em usuários crônicos. Mesmo após a interrupção o cérebro fica hipofuncionante.
A chegada do crack no Brasil ocorre nos anos 90, nessa época ocorrem as primeiras apreensões em São Paulo e, nessa época, podia-se falar do perfil do usuário como sendo, na maioria, do gênero masculino, adultos jovens, com baixa escolaridade, que estavam desempregados ou em subempregos. Apresentavam um padrão de uso mais grave (intenso), que estavam mais envolvidos com atividades ilegais e a troca de sexo pela droga.
Após duas décadas o uso se disseminou entre as diferentes camadas sociais, bem como surgiram os "subtipos" de usuários, o usuário pesado que consome a droga em longos "binges" , em grupos que se encontram em espaços destinados ao uso (crack houses), que apresentam uma desorganização na condução de suas vidas no que se refere aos relacionamentos interpessoais, trabalho, escolarização, relacionamento familiar; que se evolvem mais em pequenos roubos, alguns trocam o sexo pela droga e fazem uso de outras substâncias psicoativas como álcool, benzodiazepínicos, maconha na expectativa de alívio dos sintomas de abstinência (são os poliusuários).
O usuário mais controlado é outro subtipo; é aquele que se sente no controle do seu consumo, que já se engajaram em algum tipo de tratamento e que não obtiveram sucesso na abstinência, mas aprenderam estratégias de redução do consumo e de danos, já são adultos mais velhos, ganharam alguma autonomia, obedecem a rotinas e mantém relações profissionais mais estáveis. O uso de álcool e maconha ainda está muito presente.
REDE DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO.

SECRETÁRIA DE ESTADO DE SAUDE DE SÃO PAULO.