Psicoterapeuta. - CRT 42.156

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Fernando Cesar Ferroni de Freitas

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Atualizado em 15/07/2013 09h42

Facilidade de conseguir crack atrapalha programa contra a droga

Um ano após a ocupação da cracolândia, em São Paulo, a droga continua um problema de saúde pública, de segurança e social.



A alta dependência de crack é considerada um problema de saúde pública e de segurança, principalmente nas maiores cidades. Mas o maior problema ainda é a facilidade pra conseguir a droga e se o crack chegou às ruas é porque o combate ao tráfico falhou pelo caminho.
Na cidade de São Paulo, vários pontos de crack atraem milhares de pessoas. É um problema de segurança, de saúde pública e social.
Cracolândia vem do inglês: terra do crack. Um mundo à parte aqui ao nosso lado, onde tudo gira em órbita dessa droga. “Aqui é fácil de conseguir o crack. É fácil de conseguir dinheiro”, diz um usuário. O repórter pergunta como ele consegue dinheiro, e ele responde: “Roubando”.
No começo do ano passado, a polícia ocupou a cracolândia, prendeu suspeitos, recolheu droga e acabou espalhando usuários de crack por outros pontos da cidade. Este ano, o Governo do Estado e a Justiça montaram um plantão pra agilizar os pedidos de internação dos dependentes.

Até agora, apenas uma pessoa foi internada compulsoriamente, ou seja, por ordem do juiz:
96 a pedido da família e mais de mil por vontade própria. Voluntários de uma ONG tentam convencer os usuários de crack a buscar tratamento.
O governo também anunciou a distribuição de um cartão com crédito para que as famílias pudessem pagar o tratamento em clínicas. O cartão deveria ser distribuído a partir deste mês, mas o programa ainda está em fase de implantação.

Para a coordenadora do trabalho contra as drogas no estado de São Paulo, falta mais estrutura para atender os dependentes.


“Tem um imaginário aí que se pegar as pessoas à força e colocar dentro de um hospital. O mundo vai ficar bonito. Não vai funcionar desse jeito. Hoje a gente tem vários dispositivos de saúde que os municípios podem dispor, os centros de atenção psicossocial, as unidades de acolhimento são fundamentais para a organização da rede de atenção. As enfermarias em hospitais gerais, os leitos de saúde mental em hospital geral”, declara Rosângela Elias, coordenadora de álcool e drogas da Secretaria Estadual da Saúde.
O médico Arthur Guerra acha que a internação é fundamental como o primeiro passo, mas não há leitos suficientes. Diz que falta também investir na ressocialização.
“Falta um braço social. Falta um braço que dê ao usuário de crack a possibilidade de ter uma carteira de trabalho, de buscar emprego”, diz Guerra, chefe do grupo de álcool e drogas da USP.



A chegada do crack até o usuário, nas ruas, significa que houve uma falha de segurança ao longo de centenas, milhares de quilômetros. Significa que a matéria-prima, a pasta-base de cocaína, entrou no país, atravessou uma parte dele e nenhuma polícia foi capaz de interceptar. Os nossos vizinhos especialistas na produção da droga são bem conhecidos.
Colômbia, Peru e Bolívia produzem praticamente toda a cocaína do mundo. Ela entra no Brasil pelas fronteiras em Roraima, Amazonas, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A Polícia Federal desarticulou 42 quadrilhas nas fronteiras em um intervalo de um ano e meio e apreendeu 40 toneladas de cocaína. Mas a secretária nacional de Segurança Pública diz que é impossível vigiar 17 mil quilômetros de fronteiras.

“Nós elencamos 60 pontos de vulnerabilidade. Temos tentado aportar a esses pontos para além de homens equipamentos de vigilância, de tecnologia para que os policiais possam para além da força física, usarem também a inteligência para combaterem o tráfico de drogas”, declara Regina Miki, da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

A Missão Belém trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo na recuperação de dependentes de drogas. Desde o final de 2012 a ONG já acolheu três mil pessoas e 540 estão nas casas da instituição. Apenas 200 pessoas que foram acolhidas voltaram às ruas.

Um comentário:

Fernando Cesar disse...

Existem muitas pessoas que se aproveitam desta situação caótica que a cidade de São Paulo tem vivido já a alguns anos, e o discurso como vocês podem ver no inicio da reportagem, e de combate a droga, isso é pura utopia, lutar contra as drogas não dá certo, assim como não funciona lutar contra o narcotráfico, eu só vou começar a acreditar num futuro "menos caótico", quando o discurso for:
Vamos começar a trabalhar com prevenção nas escolas desde de o ensino fundamental, e realmente investir em cultura, aplicar verba publica para tirar as pessoas dessa condição de miséria. Eles usam por que querem????? Será que querem???
Eu questiono....porque na relação deste individuo usuário com o uso do psicoativo a uma serie de fatores a serem analisados.
O individuo que cria um vinculo com algo altamente destrutível, mas em contrapartida lhe proporciona um prazer imediato e certamente imensurável, há um vazio , uma inquietude, e uma dor imensa.
É muito mais do que "lutar contra as drogas".

Fernando Cesar.