Psicoterapeuta. - CRT 42.156

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Fernando Cesar Ferroni de Freitas

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sigmund Freud.


Freud descobriu que no inconsciente não ficam registradas as marcas da passagem do tempo. É o que permite dizer que no inconsciente, o amor é sempre infantil. Com suas altas intensidades, com a mescla de sentimentos que o amor traz consigo - ciúmes, rivalidades, raivas, impotências e onipotências, ilusões as mais variadas, frustrações idem - o amor não deixa de resistir, de insistir com toda a força da vitalidade infantil, ilimitada, desejante. Continuamos, assim, vida afora, a desejar o amor, a precisar de amor, a buscar o amor através dos mais diferentes caminhos. Por vezes, até mesmo crendo que a única forma de sustentá-lo é nos deixarmos submeter a ele, ao outro amado, seja ele quem for. A razão dessa insistência, dessa resistência deve ser uma só: precisamos do amor para poder atravessar a vida, para poder lapidar tudo o que vem junto com o amor, para poder, enfim, crescer. Precisamos do amor - e das dores do amor - porque é através dele - de sua força poderosa, imperiosa, por vezes louca - que trilhamos os caminhos que nos levam a manter viva a pessoa que precisa nascer. Talvez seja esse o sentido da afirmação freudiana: "uma análise é uma cura pelo amor". Esse amor sentido, ressentido, que não abre mão de si.

(Evelin Pestana,Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).


Ilustração: Elisa Anfuso


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